sábado, 19 de novembro de 2016

Pesquisadores recuperam parte da visão de ratos com técnica de edição genética Crispr



Pesquisadores do Instituto Salk, na Califórnia, conseguiram recuperar parcialmente a visão de ratos com retinite pigmentosa, ou retinose pigmentar, uma condição capaz de causar a degeneração da retina. Para conseguir o resultado, os cientistas, liderados pelo professor Juan Carlos Izpisua Belmonte, usaram a técnica de edição genética conhecida como Crispr.

Num passo inédito com o Crispr, a equipe inseriu genes modificados em células que não podem mais se dividir, como é o caso da maior parte dos órgãos e tecidos adultos. Ou seja, os pesquisadores mostraram que é possível trocar um DNA defeituoso dentro das células adultas.

A descoberta pode abrir caminho para o tratamento de diferentes doenças incuráveis, como fibrose cística, hemofilia e distrofia muscular. Até agora, esse preocedimento de edição era feito em células que podiam se dividir (células-tronco).

A edição de DNA com o Crispr é tida como um dos maiores avanços científicos recentes. Após pesquisadores conseguirem aprimorá-la para uso prático em 2012, em 2015 sua popularidade explodiu e seus usos são incontáveis. Já foi usado para alterar o genoma de embriões humanos, criar cães extramusculosos, porcos que não contraem viroses, amendoins antialérgicos e trigo resistente a pragas.

Crispr em humanos
Nesta terça-feira (15), num outro estudo, um grupo de pesquisadores chineses divulgou que a primeira tentativa de injetar células com genes editados pela técnica Crispr em seres humanos. A notícia foi dada com exclusividade também pela revista “Nature”. Os chineses colocaram as células em um paciente com um câncer agressivo de pulmão no último 28 de outubro.

Em janeiro deste ano, o pesquisador Alexander G. Bassuk, da Universidade de Iowa, nos EUA, já havia modificado o gene de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), tipo que pode se reproduzir, com a técnica Crispr em seres humanos. A ideia era reparar a mutação que causa retinite pigmentosa, assim como a pesquisa de Belmonte, mas as células foram retiradas e modificadas em cultura a partir da biópsia da pele dos pacientes. A pesquisa também concluiu que é possível corrigir a mutação com o Crispr.

Fonte: G1

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