Apesar das dificuldades enfrentadas pelos agricultores no sertão
cearense no atual ciclo de cinco anos seguidos de estiagem, a agricultura
familiar mostra-se viável em quintais produtivos e sistemas localizados de
irrigação para a produção de hortaliças e fruteiras. A safra é contínua, atende
o consumo próprio e permite a venda do excedente na comunidade e nos centros
urbanos próximos.<br><br>Recentemente, pequenos produtores de base familiar
estiveram reunidos na Feira Regional de Agricultura Familiar e Economia Popular
Solidária, na cidade de Crateús. Foi uma oportunidade para venda de grãos,
verduras, legumes, frutas e de animais (galinha caipira, ovinos e caprinos) e
de troca de experiência sobre as tecnologias de convivência com o Semiárido e
de reaproveitamento da água usada em pias e lavatórios para irrigação de
hortaliças e fruteiras.<br><br>José da Luz Santos (Zé Chico) é produtor rural no
município de Tamboril. Desde 2006, mantém um quintal com cultivo de cheiro
verde, alface, beterraba e cenoura, na aldeia indígena Viração. Uma cisterna de
enxurrada assegura a reserva de água para a irrigação da horta. "Vendo de
15 em 15 dias na feira da agricultura familiar e na própria comunidade. Estou
satisfeito porque ajuda na renda", disse.<br><br>A agricultora Antonieta de Souza Araújo, 48,
contou que a partir de 1993 começou a aprender sobre a agricultura
agroecológica, a importância do cultivo orgânico para a proteção da saúde do
produtor, consumidor e do meio ambiente. "A nossa produção é orgânica e
vem dando certo", disse.<br><br>Antonieta Araújo trabalha na produção de
hortaliças e frutas, na localidade de Filomena, a 15Km da sede de Crateús. Tem
ajuda do marido e de três filhos. Dispõe de um cacimbão e de uma cisterna de
enxurrada. Com dedicação, eles tiram da terra o sustento da família, produzindo
pimentão, cheiro verde, alface e cenoura.<br><br><em>Fonte:
Diário do Nordeste</em></p>
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Epidemia de zika acabará sozinha em três anos, dizem cientistas
De acordo com um artigo publicado
na revista Science por cientistas britânicos, a epidemia de zika na América
Latina provavelmente desaparecerá sozinha dentro de, no máximo, três anos. Os
pesquisadores do Imperial College London afirmam ser improvável que uma nova
epidemia de zika de larga escala ocorra nos próximos 10 anos, embora possam
surgir surtos menores.
O estudo também afirma que a estratégia de combater o Aedes aegypti, transmissor do vírus, pode ter efeito contrário ao esperado, prolongando o surto. Cientistas brasileiros ouvidos pelo Estado, no entanto, discordam dessa hipótese.
A explicação para o fim da epidemia é o fato de que as pessoas ficam imunes ao vírus após a primeira infecção. Isso produz um fenômeno conhecido como "imunidade de rebanho": cada vez mais gente produz anticorpos e a epidemia atinge um estágio no qual o número de pessoas suscetíveis à infecção é tão pequeno que a transmissão não se sustenta em larga escala.
De acordo com os autores da pesquisa, depois do fim da atual epidemia, levará 10 anos para que surja uma nova geração de pessoas que nunca foram infectadas. O estudo foi liderado por Neil Ferguson, da Escola de Saúde Pública do Imperial College London.
"Esse estudo usa todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desdobrar - e nos permite avaliar a ameaça em um futuro iminente. Nossa análise sugere que não é possível conter o avanço da zika, mas que a epidemia vai acabar sozinha em dois ou três anos", disse Ferguson.
No artigo, os cientistas também afirmam que a epidemia não poderá ser controlada com as medidas usadas atualmente para combatê-la. Eles alertam que combater o mosquito em larga escala, como os governos estão fazendo, tem efeito limitado - como ficou demonstrado no caso da dengue - e pode até mesmo ser contraproducente.
"Retardar a transmissão entre as pessoas faz com que a população leve mais tempo para atingir o nível de ´barreira de rebanho´ necessário para que a epidemia cesse. Além disso, combater o mosquito pode fazem com que a janela entre as epidemias - que estimamos ser de 10 anos - acabem ficando mais curtas", explicou Ferguson.
Segundo Ferguson, as experiências do combate ao mosquito Aedes aegypti para conter as epidemias de dengue já mostraram que essas medidas têm impacto limitado. "O vírus (da zika) é muito semelhante ao da dengue e é transmitido pelo mesmo mosquito. Mas experiências prévias com a dengue mostram que controlar seu alastramento é incrivelmente difícil. Além disso, os esforços para conter a epidemia precisariam ter sido implementados muito antes na epidemia de zika para que tivessem efeito - mas quando se notou a escala do problema já era tarde demais", disse.
Estadão Conteúdo
O estudo também afirma que a estratégia de combater o Aedes aegypti, transmissor do vírus, pode ter efeito contrário ao esperado, prolongando o surto. Cientistas brasileiros ouvidos pelo Estado, no entanto, discordam dessa hipótese.
A explicação para o fim da epidemia é o fato de que as pessoas ficam imunes ao vírus após a primeira infecção. Isso produz um fenômeno conhecido como "imunidade de rebanho": cada vez mais gente produz anticorpos e a epidemia atinge um estágio no qual o número de pessoas suscetíveis à infecção é tão pequeno que a transmissão não se sustenta em larga escala.
De acordo com os autores da pesquisa, depois do fim da atual epidemia, levará 10 anos para que surja uma nova geração de pessoas que nunca foram infectadas. O estudo foi liderado por Neil Ferguson, da Escola de Saúde Pública do Imperial College London.
"Esse estudo usa todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desdobrar - e nos permite avaliar a ameaça em um futuro iminente. Nossa análise sugere que não é possível conter o avanço da zika, mas que a epidemia vai acabar sozinha em dois ou três anos", disse Ferguson.
No artigo, os cientistas também afirmam que a epidemia não poderá ser controlada com as medidas usadas atualmente para combatê-la. Eles alertam que combater o mosquito em larga escala, como os governos estão fazendo, tem efeito limitado - como ficou demonstrado no caso da dengue - e pode até mesmo ser contraproducente.
"Retardar a transmissão entre as pessoas faz com que a população leve mais tempo para atingir o nível de ´barreira de rebanho´ necessário para que a epidemia cesse. Além disso, combater o mosquito pode fazem com que a janela entre as epidemias - que estimamos ser de 10 anos - acabem ficando mais curtas", explicou Ferguson.
Segundo Ferguson, as experiências do combate ao mosquito Aedes aegypti para conter as epidemias de dengue já mostraram que essas medidas têm impacto limitado. "O vírus (da zika) é muito semelhante ao da dengue e é transmitido pelo mesmo mosquito. Mas experiências prévias com a dengue mostram que controlar seu alastramento é incrivelmente difícil. Além disso, os esforços para conter a epidemia precisariam ter sido implementados muito antes na epidemia de zika para que tivessem efeito - mas quando se notou a escala do problema já era tarde demais", disse.
Estadão Conteúdo
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