quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Protesto denuncia esvaziamento do Orós



Moradores e produtores rurais deste município, na região Centro-Sul do Estado do Ceará, realizaram, ontem pela manhã, manifestação contra o esvaziamento do reservatório que passou a liberar 16 metros cúbicos por segundo para atender a demanda do Baixo Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As águas do Orós chegam ao Açude Castanhão pelo Rio Jaguaribe.

O protesto reuniu centenas de moradores, a maioria estudantes, e foi o segundo realizado neste ano. Inicialmente, os manifestantes se concentraram na ponte sobre o Rio Jaguaribe e em seguida caminharam por ruas do centro comercial e foram até a válvula dispersora, conduzindo faixas e cartazes ao som de apitos e gritos de ordem.

Redução

O nível do açude cai 4cm a cada 24 horas. A liberação representa o volume de cinco carros-pipa a cada dois segundos. A redução de água no reservatório preocupa os moradores. O radialista Narcélio Cavalcante chamava a atenção de lojistas, comerciários e moradores que não participaram do ato, mostrando a importância do que denominou de "grito pela vida e pela água em favor do povo de Orós".

"Secaram o Banabuiú, o Castanhão e outros açudes para atender a demanda da região de Fortaleza, projetos de irrigação e agora estão esvaziando o Orós", lamentou o professor de Filosofia José Carlos Custódio. "Isso que estão fazendo é uma irresponsabilidade da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos)", acusou.

Fechamento

Os manifestantes afirmaram que até o fim deste mês deve ocorrer novo protesto, que pode resultar no fechamento da válvula dispersora. Um abaixoassinado será encaminhado ao governador Camilo Santana nos próximos dias.

Os moradores destacaram que não são contrários à liberação de água para atender a demanda dos moradores da RMF, mas questionam o fato de que nenhuma contrapartida ou medida compensatória foi anunciada pelo governo do Estado para o município de Orós.

Preocupação

"Estamos preocupados porque mais uma vez estão secando o Orós. A população local e os produtores vão sofrer, enfrentar prejuízo, sem compensação. Dezenas de localidades ribeirinhas vão ficar sem água", disse o integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, morador da localidade de Barrocas, nas margens do Açude Orós, a água já está distante cerca de 300 metros da vila. "Em breve não teremos mais com retirar água do açude e a comunidade vai enfrentar sede", disse.

"A saída seria a perfuração de poço, mas a água é salgada, e o governo não anunciou nem o poço, nem a instalação de dessalinizador", acrescentou.

Além da cidade, as águas do açude Orós atendem a demanda de criadores e agricultores no entorno da barragem, abastecimento de dezenas de localidades rurais, reabastecimento do Açude Lima Campos e da cidade de Icó, além do Baixo Jaguaribe e da demanda da RMF, por meio do Açude Castanhão. "A prioridade deveria ser o uso da água para consumo humano, mas ainda estão brigando por água para irrigação e criatórios de peixe e camarão no Baixo Jaguaribe", protestou Landim.

Vazão

De acordo com o portal hidrológico da Cogerh, o Açude Orós atualmente acumula 17,9% de sua capacidade. Até o fim do ano deve chegar a 10%, segundo estimativa do órgão.

Por meio de nota, a Cogerh informou que "o Açude Orós, historicamente, contribui para a segurança hídrica do Vale do Jaguaribe e complementarmente para Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Esta contribuição foi aliviada com a construção do Açude Castanhão, que desde 2004 tem sido responsável pelo atendimento do Médio e do Baixo Vale do Jaguaribe, além da complementação da RMF. Deste modo, o Orós tem passado a atender somente as demandas locais, limitadas à montante do Castanhão, o que possibilitou que o mesmo pudesse manter expressiva reserva hídrica estratégica para todo Vale do Jaguaribe e da RMF".

Ainda segundo a Cogerh, chegando, em janeiro com 10%, o Orós é capaz de seguir contribuindo com as regiões do Baixo e do Médio Vale do Jaguaribe bem como, complementarmente, com a RMF sem comprometer seus atendimentos locais.

A Cogerh frisou também que a operação aprovada pelos Comitês dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, no segundo semestre de 2016, a partir de setembro, até o dia 31 de janeiro de 2017 ,ficaria 16 m³/s. Entretanto, a válvula só foi aberta no dia 11 de novembro para liberação de 16 m³/s. Em setembro, a média foi 8,2 m³/s e em outubro, foi 10,5 m³. "Todas as decisões são transparentes e foram discutidas em audiências públicas em Orós e Quixelô. Também houve duas reuniões com os Comitês de Bacias do Jaguaribe e reuniões mensais de acompanhamento da operação", finalizou a nota da Cogerh.

Fonte: Diário do Nordeste

lixo espacial de 4,5 metros cai no Myanmar e assusta



Uma unidade de mineração no norte de Myanmar está famosa, e não é pela sua produção. Na última quinta-feira (10), um enorme pedaço de lixo espacial caiu neste local.

Segundo o Tecmundo, uma parte menor de detritos com marcas chinesas caíram, simultaneamente com o maior pedaço, destruindo o telhado de uma casa da cidade próxima. Ninguém ficou ferido em nenhum dos incidentes.

O objeto maior tem forma de barril e mede cerca de 4,5 metros de comprimento, com um diâmetro de pouco mais de um metro. "Os objetos de metal são possíveis partes de um satélite ou peças do motor de um avião ou míssil", afirma um relatório da polícia local.

A China não confirma e não nega se ambos os lixos pertencem a eles. Apesar de não se confirmar, é importante ressaltar que no mês passado a Nave chinesa Tiangong-1 fez sua reentrada na atmosfera terrestre. É possível que estes detritos sejam parte dela.

O incidente aponta para o crescente problema do lixo espacial em volta do da Terra. A NASA estima que há mais de 500.000 pedaços de detritos orbitando o nosso planeta atualmente, e em velocidades de até 28.162 km/h.

Notícias ao Minuto

Cientista explica o perigo da colonização de Marte



A "fuga" da humanidade para Marte não vai salvá-la de problemas sociais que geram contradições entre os interesses dos países, por um lado, e os dos colonos e corporações que os patrocinam, por outro, informa a edição Nature.

Em setembro deste ano Elon Musk, chefe da corporação SpaceX, contou ao mundo seus planos grandiosos para colonizar Marte. Para isso ele prevê criar um foguete superpesado e uma frota composta de milhares de naves interplanetárias que levarão um milhão de pessoas ao Planeta Vermelho até ao final do século.

Na ideia de Musk, o objetivo da colonização será criar no planeta uma cidade autônoma com um milhão de habitantes que possa satisfazer suas próprias necessidades e seja uma sociedade completa, à semelhança das existentes na Terra.

No entanto, apesar dos avanços tecnológicos, a Nature considera pouco provável a criação de colônias autônomas em Marte e na Lua devido a fatores econômicos, sociais e financeiros. A edição escreve que esse projeto requer grandes investimentos e que nem os governos, nem as corporações transnacionais vão fazer isso de graça. Ao contrário, eles vão exigir sua participação na exploração de riquezas naturais de Marte, o que poderá causar a divisão do Planeta Vermelho em zonas econômicas exclusivas e privar os colonos de autonomia.

Assim, a Nature escreve que a construção de colônias independentes na Lua e em Marte é fruto da fantasia de sonhadores e está longe de se tornar realidade.

Notícias ao Minuto