quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Bateria que carrega em segundos é criada por cientistas



Recarregar os celulares em poucos segundos e menos de uma vez por semana poderá ser realidade no futuro. Isso graças aos novos super-condensadores desenvolvidos por especialistas de nanotecnologia, na Universidade da Flórida Central.

Os estudiosos desenvolverem dispositivos que são capazes de armazenar rapidamente mais energia que as tradicionais baterias de lítio e sem perder sua estabilidade energética durante mais de 30 mil recargas. Hoje, uma bateria normal começa a perder cada vez mais potência a partir do 18° mês de uso. Em média, isso soma 1,5 mil ciclos com estabilidade intacta.

A pesquisa publicada na revista especializada "ACS Nano" também reporta que a nova tecnologia poderá ser expandida para o setor dos carros elétricos. O segredo da inovação está no uso de baterias bidimensionais da espessura de um átomo. Muitos pesquisadores já haviam tentando usar a técnica no passado, por exemplo, com o grafeno.

Mas ninguém tinha conseguido efetivamente alcançar tal potencial. O grupo norte-americano liderado por Yeonwoon "Eric" Jung ganhou este desafio tecnológico aproveitando um novo enfoque de síntese química, juntamente com super-condensadores compostos por milhões de microscópicos fios, revestidos por matérias bidimensionais.  

Dessa forma, o "coração" dos eletrônicos se tornam altos condutores de energia, e com mais densidade, energia e potência.  

No entanto, o maior empecilho seria o tamanho dessas baterias, que seriam muito maiores do que as de lítio. "Ainda não estão sendo comercializados, mas é uma demonstração da comprovação de um importante começo: nossos estudos mostram que terão impactos muito fortes sobre muitas tecnologias", completa Jung.

Notícias ao Minuto

NASA descobre mar subterrâneo congelado em Marte



Os equipamentos da sonda MRO estão ajudando os cientistas a medir o volume das reservas de água gelada em Marte, encontradas no subsolo em uma das planícies do Planeta.

A massa total das reservas pode ser comparada com o volume de água nos Grandes Lagos, o maior reservatório de água doce no mundo, diz-se no artigo, publicado na revista Geophysical Research Letters.

Nos últimos anos, os cientistas descobriram grande quantidade de indícios de que na superfície de Marte em tempos antigos, havia rios, lagos e oceanos inteiros, que continham quase a mesma quantidade de água que o nosso Oceano Glacial Ártico. Por outro lado, alguns cientistas acreditam que, mesmo nas épocas antigas, Marte podia ser demasiado frio para a existência permanente de oceanos, e sua água podia estar em estado líquido só durante erupções vulcânicas.

As observações recentes de Marte com ajuda de telescópios terrestres mostraram que nos últimos 3,7 bilhões de anos, Marte perdeu água que seria suficiente para cobrir toda a superfície do Planeta Vermelho com um oceano de 140 metros de profundidade. Hoje, os cientistas tentam esclarecer para onde desapareceu essa água.

Holt e seus colegas descobriram um possível indício dessa água "em falta", estudando a estrutura incomum da planície de Utopia, localizada nas latitudes médias de Marte, usando os instrumentos da sonda MRO, que está coletando dados do Planeta Vermelho desde 2005. Como explicam os cientistas, os "buracos" incomuns, fendas e estruturas parecidas com solo rachado, fizeram-nos suspeitar de que reservas significativas de água podiam se esconder debaixo desta planície.

Formas semelhantes de relevo, segundo os cientistas, podem ser vistos nas regiões do Canadá e noutros países do norte, onde há áreas de solo perenemente congelado.

Eles verificaram esta ideia, utilizando o radar SHARAD a bordo do MRO, que permite "ver" através do solo a centenas de metros de profundidade e determinar a sua composição química e estrutura. A intuição dos cientistas não os enganou — na verdade, debaixo da planície Utopia se esconde um mar inteiro de água, que é aproximadamente igual à área do Mar Cáspio ou do maior país europeu.

O mar representa uma geleira gigante com cerca de 80-170 metros de espessura, constituída em 85 por cento de água, e de 15 por cento de pó ou pedras arredondadas grandes. O volume de água no mar, segundo as estimativas dos investigadores, é quase o mesmo existente nos Grandes Lagos, o maior reservatório de água doce da América do Norte e da Terra.

Esta água, de acordo com os investigadores, conseguiu "sobreviver" em Marte, um planeta atualmente muito seco, e não se evaporar  graças a uma camada de 10 metros de pó e de solo que a protege da atmosfera do Planeta Vermelho. Os cientistas sugerem que a geleira se formou nos tempos antigos, quando o eixo de Marte estava inclinado no sentido inverso e a planície Utopia ficava mais perto dos polos do Planeta.

Como notam os cientistas, este "mar secreto" representa apenas um por cento do volume total de gelo existente, mas a sua descoberta dobra de facto as reservas subterrâneas conhecidas de gelo no hemisfério norte de Marte. Além dos objetivos óbvios de colonizar Marte, estas reservas de gelo podem ser usadas para revelar os segredos do clima de Marte no passado, concluem Holt e seus colegas.

Notícias ao Minuto

Pesquisadores se reúnem em seminário e querem nova política sobre seca



O Semiárido brasileiro vem atravessando, desde 2010, uma das secas mais severas de que se tem notícia. Apesar da secular experiência brasileira de políticas públicas para o enfrentamento das secas do Nordeste, os impactos econômicos, sociais e ambientais ainda são percebidos. Além de queda na produção agropecuária e de impactos negativos em outras atividades econômicas, há uma séria crise no abastecimento de água, com muitos reservatórios secos ou em situação crítica.

Mas há muitas lições a aprender que podem contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas na área, inclusive levando em conta cenários futuros de mudanças climáticas. Com o objetivo central de propor as bases para uma nova política de seca, o Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro, em Fortaleza, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro de 2016, reúne representantes de várias instituições federais, estaduais e internacionais, com a participação direta dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo.

O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio Martins, lembra que, desde antes da realização da Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18), em 2010, diversas instituições locais, regionais, nacionais e internacionais já vêm trabalhando neste sentido. Ele destaca o monitoramento das secas como um dos pilares desse entendimento e a necessidade da discussão de um novo modelo de desenvolvimento econômico regional.

Assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antonio Rocha Magalhães ressalta dois grandes objetivos do seminário: documentar impactos e políticas das principais instituições e tirar lições para se preparar melhor para o futuro. Em suma, "discutir as bases para uma nova política de seca, que seja permanente, mesmo em anos que não são de seca".

O evento será realizado no Centro Administrativo do Banco do Nordeste, no Passaré, em Fortaleza, e é uma realização do CGEE, organização social supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e da Funceme. Tem apoio do Banco Mundial (Bird), Banco do Nordeste (BNB), Agência Nacional das Águas (ANA), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério da Integração Nacional (MI).

O Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro tem objetivo de documentar aspectos climáticos, impactos, respostas e lições para subsidiar futuras estratégias de adaptação aos impactos das secas no contexto de mudanças climáticas e crescente pressão antrópica e contribuir para o aperfeiçoamento da Política Nacional sobre Secas. Uma exposição fotográfica, fruto de duas expedições pelo Interior do Ceará, em 2015 e em 2016, permanecerá no local no evento. As inscrições são gratuitas.

Fonte: Diário do Nordeste