Segundo
maior açude do Ceará, o Orós registrou ontem volume de água
correspondente a 9,93% da capacidade. Com isso, os três maiores
reservatórios do Ceará estão com volume abaixo de 10%. Castanhão, o
maior deles, está com 5,28%. Terceiro maior, o Banabuiú tem 0,59%. Com
esse cenário, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
projeta suspender a partir de amanhã o uso do manancial no suporte ao
Castanhão para o abastecimento de Fortaleza, Região Metropolitana (RMF) e
Vale do Jaguaribe.
Segundo
informações do Portal Hidrológico, é a primeira vez desde que o
Castanhão foi inaugurado, em 2004, que os três reservatórios
estratégicos para o abastecimento estadual se encontram nesse nível de
criticidade. As precipitações deste início de estação chuvosa elevaram o
nível médio dos reservatórios. Na segunda-feira, 6, pela primeira vez
no ano, os 153 açudes monitorados pela Cogerh ultrapassaram a média de
7% do volume de água. Os açudes Maranguapinho, em Maracanaú, e
Caldeirões, em Saboeiro, sangraram.
O
histórico Cedro, em Quixadá, mais antigo açude do Brasil, voltou a
apresentar espelho d’água. Apesar disso, ele segue com 0% da capacidade
preenchida, segundo o Portal Hidrológico.
Embora
a média dos açudes inicie recuperação, os maiores, responsáveis por
abastecer a RMF, seguem em situação crítica. Principalmente o Orós, que
vinha sendo o mais demandado. Com a suspensão do reforço para o
Castanhão, o Governo espera que o Orós acumule recargas ao longo da
quadra chuvosa, que se iniciou no último fevereiro com chuvas 33,2%
acima da média, e termina em maio.
“O
Orós está quase seco e não era para estar assim”, reclamou o presidente
do Comitê de Bacias Hidrográficas do Ceará, Alcides Duarte. Para ele, a
transferência d’água para o Castanhão “não resolveu o problema da
(Região) Metropolitana, e os prognósticos que temos para as chuvas são
preocupantes”, continuou.
Para
os meses de março, abril e maio, a probabilidade maior (43%) é de
chuvas dentro da média, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme). No entanto, o órgão já havia alertado que
as precipitações não devem chegar às regiões onde estão os açudes mais
estratégicos do Estado, como o Orós, o Castanhão e o Banabuiú.
Saiba mais
A reunião para deliberar sobre o destino do Orós será amanhã, em Limoeiro do Norte.
Mais ações de controle ou de restrição da água dos reservatórios cearenses serão definidas somente em junho, segundo a Cogerh.