terça-feira, 1 de novembro de 2016

Preço do gás de cozinha sobe com mudança em política da Petrobras



Duas semanas depois de reduzir os preços da gasolina e do diesel nas suas refinarias, a Petrobras comunicou às distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha) uma nova política de preços do combustível.

A medida representará repasse de até 4% para as distribuidoras. O aumento depende da região e do tipo de contrato com a distribuidora.

O aumento resulta de mudanças nos contratos de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras, que passam a incluir taxas pelo uso da infraestrutura da estatal.

Empresas que usam tanques de armazenagem da Petrobras para estocar o produto pagarão mais caro agora. Os novos preços entram em vigor nesta terça-feira (1º).

O maior impacto ocorrerá na região Nordeste, onde a maior parte dos contratos terá reajuste de 4%, disseram à Folha pessoas familiarizadas com a nova política de preços.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o botijão de 13 quilos custa, em média, R$ 53,76 na região Nordeste.Um aumento de 4% representa para o consumidor nordestino custo adicional de R$ 2,15 por botijão.

Em São Paulo, o repasse ficará entre 1% e 4%, dependendo do contrato. O preço médio no Estado é de R$ 52,97. O repasse, portanto, ficaria entre R$ 0,53 e R$ 2,12.

Os preços, porém, são livres e distribuidoras e revendedores adotam suas próprias políticas comerciais.

"O novo aumento foi feito de forma irresponsável, pois não há uma nota sequer com as devidas explicações", disse o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borajili.

A Petrobras afirmou que os novos contratos "refletirão mudanças na composição de preços de logística" do combustível e negou que a nova política seja um reajuste de preços. Segundo suas estimativas, o repasse não ultrapassará R$ 0,20 por botijão de 13 quilos, na média nacional.

A Petrobras pratica dois preços diferentes para o produto: um para a venda em botijões de 13 quilos, mais sensível pelo grande impacto no custo de vida das famílias, e outro para a venda em botijões maiores ou a granel, mais caros, usados por condomínios, comércio e indústria.

A última vez que a Petrobras reajustou o preço do GLP foi em dezembro de 2015, quando aumentou o preço para venda em grandes botijões ou a granel entre 2,5% e 5%.

GASOLINA

Duas semanas após a redução dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o consumidor ainda não foi beneficiado, de acordo com levantamento semanal da ANP.

Boletim da sexta-feira (28) mostra que, na média nacional, a gasolina era vendida nos postos por R$ 3,669 por litro, 0,41% acima do cobrado uma semana antes da queda dos preços nas refinarias.

Em São Paulo, o preço médio era de R$ 3,480 por litro na semana passada, alta de 0,63% com relação ao verificado na semana anterior.

Distribuidoras e postos alegam que a alta da cotação do etanol anidro, que é misturado à gasolina, impediu o repasse dos novos preços praticados pelas refinarias.

Já o diesel foi vendido, na média nacional, a R$ 3,008 na semana passada, praticamente o mesmo valor cobrado antes da nova política.

No dia 15, a Petrobras anunciou corte de 3,2% no preço da gasolina e de 2,7% no preço do diesel, as primeiras reduções desde 2009.

Em entrevista na semana passada, o presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou que a falta de repasse dos novos preços para o consumidor foi "decepcionante".

Fonte: Folha de S. Paulo

Chove menos, e conta de luz volta a ter cobrança de taxa extra em novembro



A conta de luz de novembro volta a incluir a cobrança da taxa extra, a chamada bandeira tarifária. Neste mês, a bandeira será amarela, o que signfica que será cobrado R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos. A informação foi divulgada na sexta-feira (28) pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

As bandeiras começaram a ser cobradas em janeiro de 2015 e servem para cobrir o custo mais alto de gerar energia por meio das usinas a carvão, quando a seca prejudica os reservatórios das hidrelétricas pelo país.

De abril até outubro, não houve cobrança de taxa, porque estava em vigor a bandeira verde.

Pouca chuva, conta mais cara

Quando há pouca chuva, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas cai, o que diminui a produção de energia. Para compensar essa queda, o governo manda acionar usinas termelétricas, a carvão, que são mais caras. Foi o que aconteceu no país desde 2013.

Foi criada, então, a bandeira vermelha, cobrança extra na conta de luz para bancar esses custos maiores na produção de energia.

Neste ano, a situação melhorou: choveu mais e subiu o volume dos reservatórios das hidrelétricas. Além disso, o consumo das famílias e indústrias caiu, e novas usinas começaram a funcionar.

Por isso, a bandeira foi sendo alterada ao longo do tempo:

- De janeiro de 2015 a janeiro deste ano, a bandeira era vermelha e a taxa extra era de R$ 4,50 para cada 100 kWh consumidos;
- Em fevereiro, passou para bandeira "rosa" e a taxa caiu para R$ 3 para cada 100 kWh;
- Em março, a bandeira mudou para amarela e a taxa caiu para R$ 1,50 a cada 100 kWh;
- Em abril, entrou em vigor a bandeira verde e a taxa extra deixou de ser cobrada;
- Em novembro, volta a valer a bandeira amarela, com taxa de R$ 1,50 a cada 100 kWh.

A Aneel pede que os consumidores façam o uso eficiente de energia elétrica e combatam os desperdícios.

Fonte: UOL

Usina de Biodiesel de Quixadá deve ter atividade paralisada hoje



Confirmando o que já havia anunciado antes, a Petrobras informou que encerra hoje as atividades da Usina de Biodiesel de Quixadá. "A partir desta data, o ativo será preparado para hibernação de forma a garantir a integridade e a segurança das instalações até que seja definido o destino da unidade", diz a estatal, em nota.

A companhia também informou que irá analisar, juntamente com o Governo do Estado do Ceará, se irá continuar ou não os contratos com cerca de 1.300 agricultores familiares da região, para a manutenção das atividades do Selo Combustível Social, "considerando que a Petrobras Biocombustível opera outras duas unidades de biodiesel", em Montes Claros (MG) e Candeias (BA). A companhia realiza a compra da mamona produzida pelos agricultores.

Os empregados da Usina de Biodiesel de Quixadá "serão realocados em outras unidades e os contratos de prestação de serviço rescindidos com o devido cumprimento de todas as cláusulas contratuais. O destino dos ativos, incluindo terreno e equipamentos, será definido no plano de ações para implementação do Plano Estratégico 2017-2021 da Petrobras", acrescenta a estatal.

A decisão pelo encerramento das atividades "levou em conta projeções de que não haveria uma solução para a usina em curto prazo e sem novos investimentos", finaliza a Petrobras.

Reunião

Com o objetivo de tentar reverter o encerramento da unidade, o governador do Ceará, Camilo Santana, tem reunião marcada para hoje com o diretor executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino Ramos. O encontro também inclui o deputado federal e coordenador-adjunto da bancada cearense na Câmara dos Deputados, Odorico Monteiro (PROS-CE). Camilo deve apresentar ao representante da estatal uma proposta de incentivos fiscais relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidentes sobre a matéria-prima e produção da Usina.

Manifestação

Moradores e lideranças locais de Quixadá estão inconformados com a interrupção das atividades do empreendimento. Ontem, cerca de 200 pessoas participaram de um ato em frente à unidade, incluindo representantes sindicais e familiares de funcionários da usina. Eles utilizaram faixas, cartazes e um pequeno trio elétrico para protestar contra o fechamento.

O ato teve início por volta das 7h e foi encerrado às 10h30. O prefeito eleito de Quixadá, Ilário Marques (PT), acompanhado da esposa, a deputada estadual Rachel Marques (PT), também participaram da manifestação.

Impactos

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juatama, distrito onde a Usina está instalada, 50 moradores da localidade trabalham na usina. "Essa decisão traz um prejuízo imenso para Juatama porque, além dos funcionários, ainda tem o comerciante que vai ter essa grande perda. Tem churrascaria, casa que era alugada, tudo acaba impactado", diz Reginaldo Silva de Sousa, membro da entidade.

O secretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural de Quixadá, Charles Macêdo, diz que "a nível de agricultura, pra nós de Quixadá não vai ter muito impacto, porque ela (a usina) não pega nada de matéria- prima daqui nem do Estado. Ela não compra nada de nossos produtores". Charles reconhece que para outros fins, a decisão terá um efeito maior.

Mesmo diante da pressão exercida pela população em protestos, o secretário avalia que será difícil reverter o que já está decidido.

Fonte: Diário do Nordeste