terça-feira, 23 de agosto de 2016

Samsung planeja vender celulares de segunda mão restaurados



A Samsung planeja lançar um programa para vender smartphones premium de segunda mão restaurados já em 2016, disse à Reuters uma pessoa ligada ao projeto.

A empresa sul-coreana tem buscado formas de sustentar os ganhos após voltar ao lucro em aparelhos móveis depois de reestruturar sua linha de produção. Com a expansão do mercado de smartphones atingindo um teto, ela quer maximizar sua eficiência de custos e manter as margens operacionais acima de 10%.

Em mercados como Coreia do Sul e Estados Unidos, a maior fabricante de smartphones do mundo vai renovar os aparelhos de alta tecnologia que forem devolvidos por usuários adeptos do programa de atualização em um ano.

A Samsung, então, revenderia os celulares por um preço menor, disse a fonte, que não quis ser identificada porque o plano ainda não foi divulgado oficialmente.

Ainda não se sabe de quanto seria o desconto nos aparelhos remanufaturados, em quais países eles seriam vendidos ou quantos smartphones a Samsung pretende incluir no programa. Um porta-voz da empresa disse que não comenta especulações.

Fonte: Reuters

Micróbios resistem a passeio de balão pela estratosfera



Viver em Marte não é um desafio tão grande, afinal -pelo menos se você for um micróbio duro na queda. Essa foi a principal descoberta de um inovador experimento astrobiológico brasileiro.

Em maio, pesquisadores liderados por Douglas Galante, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em Campinas, e Fábio Rodrigues, do Instituto de Química da USP, em São Paulo, levaram diversos micro-organismos para um longo passeio.

Elas foram lançadas numa sonda acoplada a um balão meteorológico, para tomar um banho de sol a 30 km da superfície, onde a maior parte da atmosfera terrestre já ficou para trás.

Lá, as condições não são muito diferentes das encontradas na superfície de Marte -frio intenso, ar extremamente rarefeito, baixíssima umidade e quantidades cavalares de radiação ultravioleta solar.

A pergunta a ser respondida era: pode algum micróbio terrestre não só sobreviver mas também proliferar nessas condições alienígenas?

A missão "quase espacial" ganhou o nome de Garatéa I, nome tupi-guarani cuja tradução seria algo como "busca vidas" -bem apropriado, considerando-se o objetivo de investigar as chances que a vida teria em ambientes hostis fora da Terra.

PROCEDIMENTO

Os pesquisadores prepararam amostras de diversos micro-organismos em dois pacotes iguais -um voaria a bordo do balão, lançado com o apoio do grupo Zenith, da Escola de Engenharia da USP de São Carlos (SP), e o outro ficaria em terra, como controle.

Depois de um voo livre de pouco menos de duas horas pelos arredores de São Carlos, realizado em 14 de maio, a sonda foi resgatada no solo. Os cientistas passaram então a comparar os micróbios que voaram e os que ficaram.

A análise quantitativa ficou prejudicada por uma falha técnica no sistema da sonda que colhia as informações ambientais. Ainda assim, o experimento produziu bons resultados qualitativos, pois contrastou amostras de criaturas e moléculas biológicas que fizeram jornadas bastante distintas.

Pelo ineditismo da proposta e o sucesso de sua execução, a missão ganhou segundo lugar num concurso internacional de experimentos científicos em balões, o Global Space Balloon Challenge. "Mostramos que o conceito de usar a estratosfera como ambiente análogo marciano funciona muito bem", disse Galante. "Esperamos explorar cada vez mais essa possibilidade, já que é uma maneira relativamente barata e muito completa de testar a resposta de micro-organismos."

Diversas espécies de micro-organismos foram levadas lá para cima, dentre elas o famoso extremófilo Deinococcus radiodurans -uma bactéria notória por sua alta resistência a doses agressivas de radiação de alta intensidade, como raios X e gama.

Os cientistas esperavam que ela fosse se mostrar a grande campeã de sobrevivência, como testes em laboratório sugeriam, mas na prática a teoria foi outra.

"Ela perdeu comparada com algumas leveduras que isolamos de um vulcão dos Andes, na borda do deserto do Atacama", conta Galante. "A D. radiodurans perde quando temos UVB e A, a faixa do ultravioleta dita ambiental. Nesse caso, as leveduras mostraram uma sobrevivência mais alta. Com esse resultado, mostramos que um ambiente real pode mudar nossa interpretação de quem são os melhores modelos de vida na superfície de Marte ou outros ambientes irradiados por luz estelar."

Como toda boa pesquisa, ela sempre traz novas perguntas a serem respondidas. No caso, a maior delas é: por que as leveduras se mostraram mais resistentes num ambiente natural? No momento, os cientistas não têm ideia.

Em paralelo, a ideia é realizar novos voos de balão, aprimorando ainda mais a plataforma de experimentos, que poderá ser usada também por outros grupos de pesquisa em colaborações com o pessoal do Zenith.

No lado tecnológico, esses experimentos são vistos como precursores de futuras missões espaciais, lançadas em cubesats -satélites miniaturizados de baixo custo, que devem se valer das tecnologias desenvolvidas para a sonda estratosférica.

Fonte: Folha de S. Paulo

Governo adia leilão de linhas de transmissão de energia para rever condições



O governo federal resolveu adiar e rever as condições do leilão para a concessão de linhas de transmissão de energia elétrica agendado para 2 de setembro, que tinha como objetivo atrair R$ 12,6 bilhões em investimentos, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto nesta segunda-feira (22).

De acordo com as informações, havia temor no Ministério de Minas e Energia de que se repetisse no certame o fracasso da tentativa de licitação da distribuidora Celg-D, da Eletrobras, cuja privatização foi desmarcada na semana passada devido à total falta de interesse do mercado.

A pasta entendeu que o leilão envolveria muitos lotes e que talvez seja necessário elevar a receita oferecida para ter participantes, disse a fonte, sob a condição de anonimato.

A definição de uma nova data para o leilão dependerá de uma conversa do MME com o Tribunal de Contas da União (TCU), assim como uma eventual mudança nas receitas do certame.

"O Ministério entende que a quantidade de lotes era muito grande e que não haveria competição suficiente...a ideia é aumentar o preço e reduzir os lotes para ter mais competição", disse a fonte.

Os últimos leilões de transmissão têm registrado expressivo número de lotes vazios, ou seja, que não recebem ofertas, em meio à recessão, à elevada taxa de juros, à falta de crédito e a críticas de empresas quanto a riscos ambientais no setor.

O MME e a Agência Nacional de Energia Elétrica não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

Fonte: Reuters