quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Cinturão de transposição prometido para o fim do ano



O Ceará enfrenta, segundo estudo realizado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a pior seca prolongada desde 1910. Segundo o meteorologista do órgão responsável pelo estudo, David Ferran, caso em 2017 ocorram novamente precipitações abaixo da média anual (faixa entre 670 e 930 milímetros, com valor central em 800mm), será a primeira vez na história a se ter seis anos consecutivos de estiagem.

Situação preocupante

A seca impacta drasticamente diversos setores. O mais preocupante é, sem dúvida, o abastecimento humano. Atualmente, o Estado tem somente 8,5% de água disponível nos 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). A situação é mais grave do que pode parecer, pois o nível dos reservatórios tende a baixar até o fim do ano, já que neste segundo semestre, conforme ressaltou o órgão, praticamente não chove no Ceará.

Diante do preocupante cenário, os sertanejos depositam as esperanças nas obras hídricas que estão sendo realizadas. A Transposição do Rio São Francisco espera beneficiar 12 milhões de pessoas em quatro Estados. Já o Cinturão das Águas (CAC), segundo Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), deve "aumentar a garantia do abastecimento humano da segunda região mais populosa do Estado", o sertão do Ceará, com cerca de 720 mil habitantes.

Distribuição

O projeto será fundamental na distribuição de água no sertão. A partir do CAC, será possível levar as águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) de Jati ao Castanhão - responsável por abastecer boa parte da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) -, por meio do Rio Salgado e Riacho dos Porcos, que deságuam no Rio Jaguaribe. O CAC permitirá a transferência de vazões excedentes do PISF, não apenas para o Castanhão, mas também para o Açude Orós.

Diante da importância desta obra, o Governo do Estado se mobiliza em angariar recursos para que o Cinturão ande concomitantemente às obras da Transposição do Velho Chico. Há duas semanas, o Governo Federal liberou repasse de R$ 30 milhões do Ministério da Integração Nacional para execução da obra que é dividida em cinco lotes os quais integram o Trecho I do CAC, atualmente em execução, que tem 154,24Km de extensão, e custará R$ 2,08 bi.

Andamento

O principal e mais adiantado canteiro de obras no momento é o lote I, com 49% já executado. Ele se concentra na área que receberá as águas da transposição, a partir de Jati. O lote II tem 23% dos serviços executados; o lote III, 19%; lote IV, 4,26% e o quinto lote (que corresponde aos túneis), com 51% executados.

O Cinturão prevê a construção de 1,3 mil quilômetros de canais, sifões e túneis que levarão água, por gravidade, sem necessidade de uso de estações de bombeamento, para 12 bacias hidrográficas do Ceará. Até o momento foram investidos R$ 654 mi e o prazo de conclusão, segundo a SRH, "dependerá do sistemático repasse de recursos pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Integração Nacional". Esse repasse, ainda conforme a pasta, encontra-se normalizado atualmente.

Apesar da SRH não estimar uma data, a expectativa, segundo o governador do Estado, Camilo Santana (PT), é de que o primeiro trecho de 32 quilômetros seja entregue junto ao PISF, em dezembro deste ano. Com a conclusão de ambas as obras, espera-se que os principais reservatórios cearenses ganhem aporte e tragam um pouco de alívio para as regiões mais afetadas, enquanto a próxima quadra chuvosa ainda é uma incógnita.

"A Funceme ainda não tem previsão para 2017", adverte Ferran. Ele explica que as condições de neutralidade na temperatura de superfície do Oceano Pacífico Equatorial tornam difícil um prognóstico precoce.

Fonte: Diário do Nordeste

Cientistas acham 222 novas crateras na Lua e se surpreendem com o número



A Lua tem muito mais "buracos" do que se imaginava. Um estudo publicado na revista Nature nesta quarta-feira (12) aponta que 222 novas crateras foram identificadas na superfície do satélite da Terra, quantia maior que o esperado.

Emerson Speyerer, da norte-americana Arizona State University, e seus colegas utilizaram imagens temporais em alta resolução tiradas pela Lunar Reconnaissance Orbiter Camera, que registra fotos da superfície lunar.

Com o auxílio da câmera, os cientistas identificaram 222 novas crateras de impacto na Lua, 33% a mais do que se imaginava. Os pesquisadores compararam imagens tiradas em períodos diferentes. Antes, estimava-se que 180 crateras de pelo menos 10 metros de diâmetro se formavam por ano no satélite.

Os cientistas ainda identificaram milhares de "cicatrizes" na Lua. Eles interpretam os pequenos distúrbios da superfície como impactos secundários que atingiram os poucos centímetros do topo da superfície, sem formar uma cratera.

O estudo oferece maior compreensão do processo de impacto que originou crateras, assim como a taxa de formação destas crateras feitas por impactos de cometas, asteroides e outros fragmentos.

A identificação do número de crateras e o entendimento deste processo é de vital importância em pesquisas realizadas na Lua. Com a maior compreensão destes fatores, é possível precisar melhor a datação de rochas no satélite e em outros corpos terrestres.

Anteriormente, estudos sobre as crateras existentes e amostras da Lua já haviam oferecido informações sobre o processo de formação de crateras e a taxa de crateras que foram formadas no passado. Contudo, pouco se sabia sobre a taxa de formação de crateras no presente.

Fonte: UOL