sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Choveu em 80 municípios do Ceará.



De ontem para hoje (27), choveu em 80 municípios, segundo a Funceme. As maiores precipitações foram em ICÓ (100 mm), Iguatu (82 mm), Piquet Carneiro e Acopiara (82 mm), Catarina (54 mm), Ocara (52 mm), Cedro (50 mm) e Pacajus (33 mm).

A previsão para as próximas horas é de céu parcialmente nublado em todas as regiões do Estado. Com possibilidade de chuva isolada no litoral.

Legenda

Lilás: acima de 50 mm
Azul: de 25.1 a 50 mm
Verde: de 15.1 a 25 mm
Amarelo: de 5.1 a 15mm
Vermelho: de 0.1 a 5 mm
Branco: sem chuva
Cinza: sem informação

Fonte: Funceme com Jangadeiro Online.

fotos: três bodegas agora.

PISTAS DO PARADEIRO DE BELCHIOR


Em 28 de agosto de 2007, o cantor e compositor Belchior concedeu entrevista musical, aberta ao público, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza, dentro do programa Nomes do Nordeste, quando compartilhou sua história de vida e descreveu sua trajetória artística.

Nessa entrevista, Belchior falou sobre os projetos artísticos em andamento. Ele revelou ter iniciado a exaustiva façanha de traduzir o poema épico e teológico "A divina comédia", de Dante Alighieri (1265-1321), considerado até hoje o maior poeta italiano.

Para se ter uma idéia da proeza estética enfrentada pelo artista cearense, o poema tem nada menos que 14.233 versos a serem vertidos para o Português. "A divina comédia" é a fonte original mais acessível para a cosmovisão medieval, que dividia o Universo em esferas geocêntricas, dividindo a Terra e o Céu pela órbita lunar. (Coincidentemente, Belchior é autor de uma canção intitulada "Divina comédia humana", gravada em 1978, como faixa de abertura do disco "Todos os sentidos").

Paralelamente, ele afirmou estar preparando um CD que incluirá músicas com diversos parceiros, além de uma caixa com três DVDs, trazendo uma completa retrospectiva sobre sua vida e obra. Enfim, será um documentário com tratamento cinematográfico apurado, abrangendo imagens de espetáculos e entrevistas realizadas, material musical inédito e depoimentos de amigos, parceiros, pesquisadores e fãs.

Essas duas informações foram publicadas na matéria intitulada “Belchior em quatro tempos”, veiculada na revista Conterrâneos (edição nº 8 – setembro/outubro 2007) – editada pelo Banco do Nordeste com periodicidade bimestral, tiragem de sete mil exemplares e distribuição com os funcionários do BNB.

Talvez o sumiço de Belchior – divulgado neste domingo (23) pelo programa Fantástico, da TV Globo – possa estar relacionado à imersã total nesses dois projetos, principalmente no primeiro.

História de vida e trajetória artística de Belchior - Nascido em Sobral (CE), em 26 de outubro de 1946, Antônio Carlos Gomes BELCHIOR Fontenelle Fernandes, durante sua infância, foi cantador de feira e poeta repentista, e estudou música coral e piano com Acaci Halley.

Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney.

Em Sobral, foi também programador musical de rádio. Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística.

O cantor e compositor Belchior é um dos integrantes do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Rodger de Rogério, Wilson Cirino, Fausto Nilo, Téti, Amelinha, entre outros. Começou sua carreira apresentando-se em festivais de música no Nordeste, entre 1965 e 1970.

Em 1971, inscreveu-se no IV Festival Universitário da Canção e ganhou o primeiro lugar com a música “Hora do almoço”, interpretada por Jorge Mello e Jorge Teles. Na mesma época, Belchior conheceu o cantor e compositor Sérgio Ricardo, que escolheu a música “Mucuripe”, escrita em parceria com o também cearense Fagner, para fazer parte do disco de bolso do Pasquim, jornal alternativo da época.

Em 1972, começou a obter reconhecimento nacional a partir da gravação de “Mucuripe” pela cantora Elis Regina. Em seguida, transferiu-se para São Paulo, onde compôs trilhas sonoras para filmes de curta-metragem.

Na mesma época, apresentou shows em praças públicas e fez aparições em programas de televisão. Em 1974, lançou seu primeiro disco, “A palo seco”, cuja música-título tornou-se sucesso nacional.

Nesse mesmo ano, faria sucesso novamente com a canção “Paralelas”, regravada em 1976 pelo cantor Erasmo Carlos, no LP “Banda dos contentes” e pela cantora Vanusa. Essa canção tornou-se um dos grandes hits do final dos anos 1970.

Em 1975, o cantor Roberto Carlos regravou a música “Mucuripe”. No mesmo ano, Belchior lançou, pela gravadora Polygram, o LP “Alucinação”, que vendeu 30 mil cópias em apenas um mês, graças a sucessos como “Apenas um rapaz latino-americano”, “Velha roupa colorida”, “A palo seco” e, principalmente, “Como nossos pais”.

Em 1978, lançou o LP “Todos os sentidos”. Na mesma época, realizou um show com a cantora Simone, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, visto por mais de 100 mil pessoas.

Em 1979, Belchior voltou a fazer sucesso com a canção “Medo de avião”, de sua autoria, que é título do LP lançado pela Warner naquele ano. Em 1982, lançou, também pela Warner, o LP “Paraíso”, no qual abriu espaço para os então jovens artistas Guilherme Arantes, Jorge Mautner, Arnaldo Antunes e Ednardo Nunes.

Em 1983, fundou a sua própria gravadora e produtora, a Paraíso Discos. No ano seguinte, realizou na Mamute, casa de shows hoje extinta, o show “Cenas do próximo capítulo”, com o qual percorreu todo o País. No LP lançado no mesmo ano, Belchior comemorou uma década de sucesso com a regravação de “Velha roupa colorida” e “A palo seco”. Em 1988, gravou pela Polygram o LP “O elogio da loucura”, lançado no Teatro João Caetano, com recordes de público.

Em 1997, tornou-se sócio da gravadora Camerati. Em 1999, lançou pela BMG o álbum duplo “Auto-retrato”, no qual 25 de suas composições receberam novo tratamento e arranjos feitos, dentre outros, por Rogério Duprat, André Abujamra, Ruriá Duprat e Sérgio Zurawski. Como intérprete, não gravou apenas composições próprias, mas também de outros autores, como “Romaria”, de Renato Teixeira, e o disco “Vício elegante”, no qual cantou apenas sucessos de outros compositores.

Como compositor, Belchior teve várias de suas músicas gravadas por outros intérpretes, especialmente Elis Regina, que registrou as músicas “Apenas um rapaz latino-americano”, “Como nossos pais”, “Velha roupa colorida” e “Mucuripe”.

Os Engenheiros do Hawaii gravaram “Alucinação”. Wanderléa gravou “Paralelas” e Jair Rodrigues, “Galos, noites e quintais”. Além desses, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Ednardo e Jessé também gravaram suas canções.

Belchior tem parcerias com Jorge Mautner, Dominguinhos, Gilberto Gil, Toquinho, João Bosco e Moraes Moreira. Entre os cearenses Belchior já compôs junto com Francisco Casaverde, os irmãos Gracco e Caio Sílvio, Fagner, Fausto Nilo e Ricardo Bacelar, além do piauiense Jorge Mello.

A partir de 2001, continuou percorrendo o País, apresentando shows de boa aceitação por parte do público. Em 2002, gravou com Amelinha e Ednardo o CD “Pessoal do Ceará”, produzido por Robertinho do Recife, com duas músicas inéditas: o coco-repente “Mote, tom e radar”, de Ednardo, e “Bossa em palavrões”, de Belchior. O restante do CD é composto por canções perenes escritas por Belchior e por Ednardo.

Como pintor, Belchior criou as contracapas de alguns de seus discos e CDs de outros artistas, além de realizar exposições de arte com seus trabalhos. Na dramaturgia, muitas de suas canções fazem parte de trilhas sonoras de filmes, seriados, novelas e peças de teatro. Com seu timbre de profunda raridade, voz do deserto, Belchior interpreta as suas próprias canções de modo singular e pessoal.

fonte: icó é noticia