quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Povo vai para as ruas e faz manifestação, e dizem que na próxima poderão fechar a válvula do Orós

Moradores de Orós e outros municípios da região realizaram na manhã desta quarta-feira (16) uma manifestação, na ponte da cidade, contra a abertura das comportas do açude para a liberação de água para a capital, Fortaleza.
A manifestação teve início por volta das 08h, quando pescadores, lideranças comunitárias e centenas de alunos interromperam o trânsito em uma ponte que passa por sobre as águas do Orós. Em entrevista ao programa A Voz do Centro Sul da 870 AM, o repórter e blogueiro Josemberg Vieira declarou que a manifestação não acontecia devido a liberação das águas para o Castanhão, mas por conta de boatos de que a água que poderia ser retirada do açude não seria para consumo humano e sim para empresas e fazendas da Capital. Os moradores alegam que correm o risco de ficarem sem água, caso a liberação continue desta forma.
“ Algo precisa ser feito, a demanda aumentou, a vazão para o Castanhão praticamente duplicou e isto é preocupante. Enquanto perdemos água, existem os boatos que grandes produtores estariam se beneficiando com isto, é algo que precisa ser investigado e nós não podemos pagar este preço. Estão sofrendo nossos pescadores, agricultores e outra comunidades da cidade e região”, disseram alguns populares para o comunicador.
Após quase três horas de protesto, ficou definido que um novo protesto deverá acontecer até o final do mês, mas desta vez os manifestantes irão acampar nas proximidades da válvula e poderiam até fechar para interromper a vazão, caso o governo não dê uma resposta para o movimento.

Governo assina acordo com chineses para refinaria no Pecém

O governador Camilo Santana assinou nesta segunda-feira (14), em Guangzhou, na China, um Memorando de Entendimento (MOU – Memorandum of Understanding) com a multinacional de petróleo Guangdong Zhenrong Energy para realização de estudo sobre o projeto da refinaria do Ceará. O empreendimento no Estado está incluído dentro de um acordo Brasil-China, assinado no ano passado, e deverá ser financiado por bancos chineses.
“Esse é um passo importante para viabilizarmos a refinaria em nosso estado. O empreendimento, que estará dentro da nossa Zona de Processamento de Exportação, deverá gerar pelo menos 10 mil empregos na fase de construção e 8 mil postos permanentes entre diretos e indiretos”, citou o governador Camilo Santana, que está na China acompanhado dos secretários Antônio Balhmann (Assuntos Internacionais) e André Facó (Infraestrutura).
A assinatura do Memorando de Entendimento contou, ainda, com a participação da empresa petroquímica Qingdao Xinyutian Petroquímical, fechando a cadeia produtiva de combustíveis e produtos químicos derivados do petróleo. Se concretizada, a previsão é de que a unidade de refino produza até 300.000 barris/dia, com investimento de 4 bilhões de dólares.
Perspectivas
Segundo o governador Camilo Santana, o Ceará tem atrativos importantes para captar investidores chineses, como a localização geográfica e a ZPE. “A China hoje tem muito interesse em investir no País, em especial no Ceará. Os chineses estão impressionados com o nosso estado, pela estrutura que disponibilizamos, a localização e, principalmente, por conta da Zona de Processamento de Exportação. Isso abre muitas perspectivas de novos negócios para o estado”, citou Camilo.
Ásia
Nesta terça-feira, o governador Camilo Santana visitará uma empresa automotiva na província de Fujian, na China. Na quarta e quinta-feira, as agendas serão em Incheon e Seul, na Coreia do Sul, onde a comitiva cearense visitará empresas principalmente do setor de gás.
Fonte: Governo do Estado

Agricultores produzem milho em meio à seca



É na adversidade que se encontram soluções para enfrentar as dificuldades. Um exemplo vem deste município na região Centro-Sul do Ceará. Pai e filhos não desistiram do plantio e da criação de animais bovinos e ovinos. Eles investiram em tecnologia simples, irrigação localizada. Resultado: o verde do milharal se espalha na propriedade em contraste com a caatinga seca e cinza ao redor.

O esforço do agricultor Luís Dias Gouveia, 71, conhecido por Deusdete, e dos três filhos vem dando certo. São três safras do grão por ano. O modelo implantado em 2015, na propriedade, no Sítio Ingá, na região de Bananeira, na divisa entre o Ceará e a Paraíba, já incentivou outros 15 produtores rurais no Município.

Modelo típico

O que se vê na propriedade é um típico modelo de agricultura familiar do sertão cearense. O pai é agricultor já aposentado, acostumado a enfrentar períodos de seca e de inverno, escassez e fartura, mas que não quer largar tão cedo o trabalho duro. Luís Gouveia e os filhos, Leoberto, Lindomar e Luís Filho trabalham de forma unida cultivando grãos, criando animais (bovinos, ovinos, galinhas e capotes).

Em um ano, a unidade obteve uma renda superior a R$ 24 mil com a venda de milho verde em espiga, ração e leite. O filhos, casados, moram próximo ao pai. Há máquinas agrícolas e veículos para transporte da produção. A fazenda é pequena, mas bem estruturada. Do alpendre da casa se avista um serrote que divide o Ceará da Paraíba. O correr da vista mostra um sertão cada vez mais seco, que arde nesta época do ano.

Até o ano passado, a maioria do plantio no Sítio Ingá era de sequeiro (aquele que depende exclusivamente da chuva). Pouca coisa se aproveitava porque desde 2012, o Ceará enfrenta um período de precipitações irregulares e abaixo da média. A baixa pluviometria destruía a lavoura. A família enfrentava enormes dificuldades para manutenção de um rebanho de cem cabeças de gado e de 50 ovelhas.

Na propriedade, havia uma pequena área com irrigação por aspersão de capim e milho. No início de 2015, houve a mudança a partir da visita de técnicos do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce). "Vimos que a fazenda tinha potencial e sugerimos um modelo de irrigação por gotejamento, com algumas adaptações", diz o chefe do escritório local, Francisco Rasputin Alexandre Barbosa.

Não houve resistência. Motores, canos e o poço foram aproveitados. Outros equipamentos foram adquiridos e, com apenas R$ 1.350, o sistema de gotejamento foi implantado, permitindo o cultivo de três áreas de milho, um pouco mais de um hectare. "Ainda é um espaço reduzido porque depois de cinco anos de seca a água está se acabando no poço", afirma Leoberto Braz, 48.

Em 2015, foram colhidas três safras. Neste ano, a família já começou a colher a segunda safra de milho e o plantio da terceira já se desenvolve em outra área. "A nossa situação já melhorou bastante, e não há comparação com a escassez que a gente enfrentava", diz o patriarca, Luís Gouveia. "A minha preocupação é com o próximo inverno porque as águas estão baixando nos poços", ressalta.

Os produtores rurais sofrem em meio à seca. Com a família de seu Luís Gouveia não era diferente. Era preciso comprar ração de produtores na Chapada Jaguaribe-Apodi. O gado estava magro e o custo de criação era alto.

Exemplo

O plantio de milho irrigado por gotejamento se tornou exemplo para outros 15 agricultores e hoje o Município já conta com 12 hectares irrigados por gotejamento. Do total dessa área, 90% são de milho e 10% de feijão. "Queremos ampliar esse modelo de plantio para produtores de outros municípios", disse o gerente regional da Ematerce, Joaquim Virgulino Neto.

Recentemente, o presidente da Ematerce, Antonio Amorim, visitou áreas de cultivo em Ipaumirim e mostrou-se surpreso com o que viu. "Em plena seca, produtores conseguem encontrar água no subsolo e fazer pequenos cultivos irrigados que vão se somando e tornam-se representativos. Essas experiências de sucesso serão levadas para outros agricultores", destaca.

O sertanejo sempre foi um resistente e a seca ensinou os produtores rurais a se adaptarem, encontrando meios de manter a criação e a produção agrícola. No Sítio Ingá, a silagem de 40 mil quilos de ração já foi consumida. Agora, após o corte, o milho é triturado em uma máquina forrageira e diariamente servido aos animais. Não há mais tempo para se fazer estoque.

O agricultor Vicente Gonçalves, adepto do novo modelo produtivo, passou a cultivar o grão e vender a unidade de espiga de milho verde por R$ 0,30 no mercado regional. Não faltam compradores. Outros produtores rurais, José Sales, Lucieudo Tavares e Giovane Dantas seguiram o exemplo do Sítio Ingá e estão mantendo o rebanho com produção própria de milho e capim.

No Sítio Ingá, há 30 vacas produzindo leite, que é vendido para um laticínio que faz a coleta em Ipaumirim. A média de produção é reduzida, cinco litros por animal. "A próxima etapa será a melhoria genética do rebanho", ressalta o veterinário da Ematerce, Mauro Nogueira. Os criadores serão acompanhados pelo veterinário do escritório local, Marcílio Macedo. "Se no próximo ano as condições de chuvas forem favoráveis vamos orientar e incentivar a aquisição de matrizes que produzam mais leite, ampliando a oferta do produto e mantendo os custos", frisa.

Fonte: Diário do Nordeste

Cartão Reforma deve beneficiar 3% do público-alvo



Durante cerimônia no Palácio do Planalto, na semana passada, Michel Temer lançou o Cartão Reforma. O programa é destinado para repassar recursos para obras em casas de famílias de baixa renda, que somem até R$ 1,8 mil mensais. Segundo o G1, deverá beneficiar menos de 3% do público-alvo em 2017.

Bruno Araújo, ministro das Cidades, disse durante a cerimônia que cerca de 7,5 milhões de famílias moram em imóveis "precários" atualmente. O critério de renda estabelecido pelo programa enquadra aproximadamente 3,5 milhões de famílias desse total.

O governo relata que o orçamento do Cartão Reforma será de R$ 500 milhões no ano que vem. As famílias receberiam entre R$ 2 mil e R$ 9 mil para fazer reformas em suas propriedades. A previsão do governo é que elas recebam, em média, R$ 5 mil cada.

noticiasaominuto

Cientistas descobrem antibiótico superpotente no corpo humano



A análise computadorizada do DNA de bactérias que habitam nossa pele e intestino possibilitou a identificação de dois poderosos antibióticos – gumimitsin A e gumimitsin B, que ajudarão a lutar contra "superbactérias" invulneráveis, segundo artigo publicado pela revista Nature Chemical Biology.

"Estes antibióticos podem funcionar como um ‘reforçador´ para outras drogas. O efeito deles na síntese de uma cadeia de substâncias vitais em micróbios pode ser comparado com a forma, quando vocês apertam uma mangueira em dois lugares. Nem a primeiro nem a segundo aperto podem parar completamente o fluxo de água por si só, mas a combinação dos dois interrompe gradualmente o fluxo", diz Sean Brady, cientista da Universidade Rockefeller (EUA).

O aparecimento de resistência bacteriana aos antibióticos impulsiona a criação constante de novos tipos de remédios pelos farmacêuticos. No entanto, os microrganismos sofrem mutações constantemente, assim, entre eles surgem rapidamente cepas de microrganismos invulneráveis a drogas perigosas. Se a humanidade parar com a pesquisa e criação de novos antibióticos antibacterianos, os antibióticos disponíveis se tornarão, com o tempo, simplesmente inúteis.

O problema da resistência aos antibióticos envolve centros de pesquisa de todo o mundo, mas a tarefa é árdua. O típico castelo de cartas — você compra um novo antibiótico, daí recebe uma estabilidade passageira, depois volta para estaca zero — não é barato: o desenvolvimento de um novo antibiótico custa, atualmente, entre 800 milhões e um bilhão de dólares e geralmente leva até 10 anos para sua conclusão.

Brady e seus colegas reduziram significativamente o custo deste processo e o aceleraram através do desenvolvimento de um método incomum de análise por computador de genes, que permite encontrar, no DNA virtual dos micróbios e das essências vivas multicelulares, sequências que podem estar associadas com a produção de moléculas capazes de destruir as bactérias nocivas.

A função desse algoritmo foi testada pelos cientistas através do conjunto de genomas de bactérias mais estudado — o microbioma humano, conjunto de DNA de microrganismos que vivem em nosso intestino e na superfície da pele.

Tendo analisado milhares de genomas de bactérias que vivem no nosso corpo, Brady e seus colegas separaram seis dúzias de genes para um estudo mais aprofundado, realizando "leitura" que deve induzir a sintetização da célula em moléculas semelhantes a antibióticos, em estrutura e forma. Depois de selecionar a metade com resultados mais significativos, os pesquisadores realizaram a sintetização de proteínas, mapeamento dos genes e o trabalho empenhado por eles nas colônias de Staphylococcus aureus e outros micróbios nocivos.

Dois deles, gumimitsin A e gumimitsin B, mostraram resultados positivos na luta contra as bactérias, destruindo não só as cepas "normais" de estafilococos, estreptococos e E. coli, mas também as resistentes à ação de antibióticos usuais. Ambas estas proteínas destroem bactérias, que inibem o funcionamento de enzimas responsáveis pelo "reparo" e construção das paredes celulares.

Os cientistas testaram o funcionamento destes antibióticos infectando ratos, que receberam dose letal de estafilococos, bactérias resistentes aos efeitos de drogas usuais. Os roedores, que, posteriormente, receberam doses de remédios baseados nos gumimitsins e atibióticos tradicionais, sobreviveram felizmente à infecção, já os outros, não resistiram à dose de estafilococos.

Curiosamente, as bactérias Rhodococcus, onde foram encontradas tais antibióticos, em condições naturais "escondem" eles, não os sintetizando durante o crescimento deles em proveta. Em breve, Brady e seus colegas planejam continuar a pesquisa dessas moléculas no DNA de outras bactérias, esperando enriquecer o nosso "arsenal" na corrida armamentista contra doenças.

noticiasaominuto