terça-feira, 14 de junho de 2016

Em mutirão, moradores constroem com R$ 5 mil ponte orçada em R$ 270 mil

Após esperar por duas décadas que a Prefeitura de Barra Mansa (RJ) construísse uma ponte ligando os bairros de Nova Esperança e São Luiz, moradores da região se mobilizaram e conseguiram resolver o problema em um mês.

Em regime de mutirão, reuniram mais de cem pessoas para construir a ponte de 24 metros, com concreto e ferro, que ficou pronta no último dia 4. O grupo também ficou responsável por arrecadar todo o material usado na construção. A estimativa é de que a obra custou R$ 5.000. A prefeitura da cidade informou que havia orçado a ponte em R$ 270 mil.

A iniciativa partiu das donas de casa Juracy da Conceição e Manoelina dos Santos. Elas contam que só de um lado da ponte há posto de saúde para atendimento médico e retirada de remédios. E, sem a obra, era necessário dar uma volta de quase dois quilômetros para chegar de um bairro a outro.

"Eu moro neste bairro há 49 anos. Sempre tivemos que improvisar com pedaços de madeira para atravessar o riacho. O problema é que ficava muito frágil e perigoso", lembra Manoelina, 62. "Quando a chuva vinha, destruía tudo, porque o nível da água subia muito. Não dava nem para visitar os amigos ou ir à igreja, que também fica do outro lado."

O filho de Manoelina, Adalto José Soares, 52, foi um dos que ajudou na construção. "Quem tinha dinheiro ajudou com dinheiro. Quem não tinha ajudou com mão de obra. A gente brinca por aqui que foi a obra do cadinho", brinca o comerciante. "Cadinho de um, cadinho de outro. Arregaçamos as mangas, porque se tivéssemos esperando pela prefeitura estaríamos sem a ponte até agora."

Demorou um mês para que a ponte, de três pilares, ficasse completamente pronta porque o trabalho dos moradores acontecia apenas aos sábados e domingos. Ou seja, foram necessários na realidade oito dias de trabalho para que a ponte fosse construída.

"Fizemos a ponte com três pilares, com três metros de profundidade cada um. É toda de concreto e ferro, bem segura. Desde 2014, a prefeitura só nos dizia que não tinha como fazer a obra, porque não tinha verba, faltava dinheiro, o país estava em crise", afirma Soares. "E nós conseguimos deixar tudo pronto em apenas um mês. Brincadeira, né?"

UOL

Seca de 2016 no Ceará está entre as piores da história

As previsões feitas pela Funceme em janeiro sobre uma maior probabilidade de 2016 ser um ano de seca se confirmaram, e a quadra chuvosa foi 45,2% menor em relação à média para os meses de fevereiro, março, abril e maio. As informações foram divulgadas pelo órgão nesta segunda-feira (13) e ratificaram a preocupação diante do quinto ano de estiagem no Estado. Na série histórica desde 1951, o ano de 2016 ficou entre os dez piores resultados.

A média de chuvas no Estado para esse quadrimestre, medida entre os anos de 1981 e 2010, é de 600,7 mm. Neste ano, a média de chuvas ficou em 329,3 mm, caracterizando a oitavo pior quadra chuvosa já registrada no Ceará. Em 2016, o Estado apresentou um quadro de chuvas pior do que em 2015, quando teve desvio de -30,3%.

Tendência para 2017 é incerta

Em entrevista coletiva na sede da Fuceme, o presidente do órgão, Eduardo Sávio Martins, disse a tendência de chuvas para o próximo ano permanecem incertas, em vista de ainda ser recente para qualquer previsão. No entanto, ressaltou que já há um quadro de resfriamento no centro do Oceano Pacífico,  em torno de 60%, mas que é preciso  a influência negativa do aquecimento, decorrente do fenômeno El Niño, ocorra em toda a região oceânica.

Contudo, Eduardo Martins disse que a quadra chuvosa desfavorável neste ano revela um panorma preocupante com as reservas hídricas do Estado. Dos 153 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 25 estão secos e 39 no nível morto. O Açude do Castanhão dispõe atualmente de 8,8% da sua capacidade, estimada em 6,7 bilhões de metros cúbicos.

"O estado é tão crítico que temos que reforçar que todos os usos das águas disponíveis devem ser prioritários", afirmou o presidente da Funceme. Ele observou que todos os meses da quadra tiveram chuvas abaixo da média, com destaque negativo para fevereiro (-55,3%), seguido de abril (-47,8%), maio (-46,6%) e março (-36,2%).

Além disso, todas as regiões do Estado tiveram precipitações abaixo da normalidade, sendo a Jaguaribana a mais afetada, ficando 54,5% abaixo da média, seguida de Sertão Central e Inhamuns (-52,3%), Ibiapaba (-45,7%), Maciço de Baturité (-45,7) e Cariri (-42,9%).

Desvios menores foram registrados no Litoral Norte (-38,9%) e Litoral de Fortaleza (-39,1%). O Litoral de Pecém teve menor desvio (-25,1%).

Previsão inicial foi de 65% de probabilidade abaixo da média

No início do ano, a Funceme já prevera que o Ceará enfrentaria em 2016 o seu quinto ano de estiagem. Na ocasião, o órgão informou que havia probabilidade de 65% de a quadra chuvosa ser abaixo da média; 25% em torno da média; e apenas 10% acima da média.

Pós-Estação Chuvosa

Conforme a Funceme, ainda tem sido observada a ocorrência de algumas chuvas no Ceará, mas tratam-se de eventos isolados provocados por sistemas conhecidos como distúrbios ondulatórios de leste, ou ondas de leste. O órgão destaca que a média de precipitações para esse período é considerada baixa: 37,5 mm, 15,4 mm e 4,9 mm, em junho, julho e agosto, respectivamente.

Fonte: Diário do Nordeste

Pesquisa traz esperança para tratar câncer de mama mais agressivo

Um grupo de pesquisadores do Cancer Research UK descobriu um medicamento que pode reduzir a expansão do tipo mais agressivo de câncer de mama, segundo publicou nesta segunda-feira (13) a revista "Oncogene".

O composto conhecido como JQ1 altera a reação das células cancerígenas perante a hipoxia, ou falta de oxigênio, um processo que se encontra presente em mais de 50% dos tumores e é mais comum nos cânceres de mama do tipo triplo negativo, o mais difícil de tratar.

Cientistas das universidades de Oxford e Nottingham (no centro da Inglaterra) concluíram em seu estudo que o JQ1 faz com que o tecido cancerígeno deixe de adaptar-se à carência de oxigênio, o que desacelera seu desenvolvimento.

O coautor da pesquisa, Alan McIntyre, afirmou que "o tratamento da hipoxia às vezes compromete o tratamento do câncer de mama e o JQ1 pode ser a chave para ajudar às pacientes desta doença".

Quando este tipo de tumor se acostuma aos níveis baixos de oxigênio, sua biologia se altera e se torna resistente a tratamentos comuns, razão pela qual este novo remédio poderia mudar a forma de combater este câncer, segundo os pesquisadores.

Nell Barrie, do Cancer Research UK, ressaltou que "o estudo mostra como funciona este fármaco", que "poderia ser uma forma de deter a expansão do câncer", embora ressalte que agora se deve examinar "a efetividade do JQ1 sobre os pacientes".

Fonte: EFE

Açude Castanhão tem 8% da sua capacidade; pior em 12 anos

A escassez de chuvas no Ceará vem afetando de forma severa os açudes, inclusive o Castanhão, o maior do País. Ontem, seu volume apresentava apenas 8.89% de sua capacidade total, segundo boletim da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), sendo o pior índice registrado em 12 anos, de acordo com o órgão. O volume médio dos reservatórios chegou a apenas 12,7% e dos 153 monitorados pela Companhia, 120 estão com volume inferior a 30%. Com a possibilidade de chuvas ainda menor para o segundo semestre do ano, uma das ações em fase de estudo é o aumento da tarifa de contingência, que atualmente é de 10%.

Se aprovada, o consumo em Fortaleza e Região Metropolitana deve ser reduzido em até 20% A informação foi dada pelo presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, que enfatizou estar em andamento a elaboração do Plano de Contingência da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) destinado à Capital e Região Metropolitana. "Esse plano deverá trazer um plano de controle com metas e isso está sendo discutido com o setor de recursos hídricos e de saneamento. A Cagece tem o compromisso com a Acfor (Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle de Serviços Públicos de Saneamento Ambiental) para entregar esse plano no mês de junho", destacou João Lúcio.

Para o gestor, o volume dos reservatórios é preocupante, tendo ficado ainda menor que o registrado ao fim da quadra chuvosa de 2015, um pouco mais de 19%. Pelo cenário, diz, foi realizado um programa de ação para liberação da água, que prioriza o abastecimento humano nos volumes mais críticos. "A grande maioria está com esse foco no momento, portanto tem uma redução muito forte das atividades agrícolas e pecuárias, tendo repercussão na economia".

A restrição na atividade de irrigação no Vale do Jaguaribe também é apresentada pelo presidente da Cogerh como uma das ações em curso, água essa que é reservada para o abastecimento da região. Na área oeste da Bacia Metropolitana, serão iniciadas, no começo do segundo semestre, ações de aproveitamento do campo de dunas, por meio de um estudo de reserva de água entre os municípios de Pecém e Paracuru. "Vamos iniciar a construção de 42 postos para reforço na área. Outra ação é o aproveitamento das águas do açude Maranguapinho. E está em fase de conclusão o reúso das águas da lavagem dos filtros do Gavião, que antes não era aproveitada".

Economia

João Lúcio Farias reforça, ainda, a colaboração por parte da sociedade diante do cenário, atentando para um uso racional da água visando uma maior economia possível, mantendo, assim, a reserva nas bacias. Atualmente, as que estão com maior aporte, conforme levantamento da Cogerh, são: Coreaú, com 45,49%, Litoral, com 43,37% e Alto Jaguaribe, com 29,61%. Já as piores são: Sertões de Crateús, com 4%, Banabuiú, com 3,06% e Curu, com aporte de 2,94%.

Fonte: Diário do Nordeste