Biólogos russos realizaram com sucesso testes de
uma substância que retarda o envelhecimento de células, prolongando a vida de
ratos em 15% ou 45 dias e publicaram os resultados na revista Aging.
"Esta pesquisa tem bastante significado tanto
no sentido teórico, como do ponto de vista prático. Por um lado, ela mostra o
papel fundamental das formas ativas de oxigênio, produzidas por mitocôndrias,
durante o envelhecimento de mamíferos. Por outro lado, se abre um caminho para
o tratamento do envelhecimento com antioxidantes dirigidos especificamente às
mitocôndrias", afirma o cientista Vladimir Skulachev, diretor da faculdade
de bioengenharia e bioinformática da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov,
citado pela Aging.
A equipe de cientistas chefiada por Skulachev está
trabalhando na criação de preparados que retardem o envelhecimento de uma das
partes mais importantes das células – suas mitocôndrias, que são uma espécie de
"geradores" de energia do nosso corpo.Nelas (nas mitocôndrias) ocorre
o processo de oxidação de nutrientes e a transformação da sua energia em
moléculas ATP que libertam a energia necessária para o funcionamento de célula.
Há vários anos, a equipe de cientistas descobriu a
molécula SkQ1 que pode resolver o problema. Ela é uma espécie de antioxidante
forte capaz de se inserir nas mitocôndrias e neutralizar as moléculas
agressivas de oxidantes que a prejudicam destruindo suas paredes.
Os cientistas realizaram testes em ratos especiais,
que foram geneticamente predispostos para o surgimento de mutações acidentais
no DNA de mitocôndrias. Tais ratos vivem menos do que os ratos normais (cerca
de 280-290 dias em vez de 2 ou três anos). Sua morte é causada pela acumulação
de mutações e destruição de mitocôndrias, o que mata suas células, provoca
envelhecimento prematura e a morte.
Os ratos foram divididos em dois grupos. Um grupo
comia comida simples e o outro tinha uma dieta com a molécula SkQ1. Como
resultado, os ratos do grupo de controlo começaram emagrecendo, perdendo pelo e
envelhecendo.
Os ratos que foram tratados com SkQ1 não mostraram
sinais de envelhecimento durante mais de 40-45 dias e viveram cerca de 335
dias, enquanto os do grupo de controle apenas 290 dias no máximo.
A substância está contida nos colírios
"Visomitin" que a equipe de cientistas está fornecendo às farmácias
russas há vários anos. (Sputnik)