sexta-feira, 17 de março de 2017

Assaré: chuva forte rompe açude e deixa casas e ruas alagadas

Do Diário do Nordeste (Blog Diário Cariri)

As fortes chuvas que caem sobre o município de Assaré, na região do Cariri, desde o início da madrugada de hoje (17) causaram o rompimento do açude dos Montes, no bairro Populares. Ruas de pelo menos três bairros ficaram embaixo d’água. Carros foram arrastados pela correnteza e dezenas de famílias estão desalojadas. Esta foi a segunda vez que o reservatório rompeu. A última ocorreu em 1989.
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), nas últimas 24 horas choveu mais do que todo o mês de março. Embora o pluviômetro do órgão tenha registrado 88 milímetros entre as 7 horas de ontem e 7 horas desta sexta-feira, na sede do município, “os medidores da zona rural apontam chuva acima dos 150 mm”, conforme afirma o radialista Jocélio Leite. Nos primeiros 15 dias do mês, a Funceme observou o acumulado de 87.5 mm.
As áreas mais afetadas são os bairros Populares, Alto do Zé Dodô e Pedra de Fogo. “Essas localidades ficam próximos ao açude e consequentemente a força da água foi mais intensa. Muitas famílias perderam tudo. A cidade está um caos”, acrescenta Jocélio. Não há informações sobre feridos. O município não confirmou o número de famílias que estão desalojados. Militares do Corpo de Bombeiros da cidade do Crato foram acionados e estão nas áreas mais afetadas.
Reservatórios
Com as intensas chuvas de março, já são quatro açudes sangrando no Estado. Hoje o Acaraú Mirim, em Massapê, atingiu 100% de sua capacidade e se juntou aos reservatórios dos Caldeirões, na cidade de Saboeiro; Maranguapinho, em Maranguape; e o Tijuquinja, na cidade de Baturité. Segundo dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará (Cogerh), o volume dos açudes subiu de 8,06% na quarta-feira para 8,5% nesta sexta. Em contrapartida, outros 123 reservatórios ainda estão com volume inferior a 30%.

Empresa quer criar drone comestível para combater a fome



O uso de drones para atingir áreas de difícil acesso e levar suprimentos é uma ideia antiga e já foi testada na prática: drones já levaram medicamentos a áreas remotas e até sangue para transfusão. Mas a empresa britânica Windhorse Aerospace quer incrementar o papel do drone nessa empreitada: ele levaria comida até áreas de risco e, além de servir como meio de transporte, seria comestível também.
O protótipo ganhou o nome de Pouncer e suas especificações técnicas já foram patenteadas – com exceção da parte de materiais alimentícios para construção. Por enquanto, o Pouncer seria um drone com aterrissagem precisa, criado especialmente para carregar até 50 kg de comida e água a cenários de guerra ou acidentes. A ideia é que seu custo de fabricação ficasse por volta das £100 (cerca de R$ 383). O preço total do vôo e dos mantimentos somaria no máximo £250 (em reais). Ele precisa ser barato, porque a ideia é que seja de uso único, sem precisar ser recuperado para novos vôos.
Só este projeto já seria uma novidade para a ajuda humanitária, para a qual os drones servem, no máximo, para a entrega de medicamentos. Mas o fundador da Windhorse Aerospace quer ir mais longe – já que o drone não vai voltar mesmo, melhor torná-lo comestível e aumentar a quantidade de comida transportada sem alterar a carga máxima.
Nigel Gifford, que está por trás da empreitada, projetava aeronaves para o exército, mas ficou famoso por suas iniciativas malucos. Vendeu um drone para o Facebook, chamado Ascenta (e depois Aquila) que serviria como um modem de internet, em pleno vôo, para as áreas onde a conexão ainda não chegou. Antes disso, ele foi do time de logística de Richard Branson, magnata que tentou dar a volta ao mundo em um balão de ar. O drone deu certo – a aventura não.
Seu próximo desafio é encontrar os melhores materiais para a produção do drone comestível. Em uma entrevista ao Financial Times, ele mencionou alguns candidatos bizarros: favos de mel ou vegetais comprimidos para a estrutura e salame para o trem de pouso. Para Gifford, a carne processada tem a “força e a flexibilidade ideal” para a tarefa.
A proposta não convenceu as agências de ajuda humanitária. Primeiro, porque não acreditam que drones vão funcionar para distribuição ampla de comida. A segunda crítica é que as comunidades em risco estariam sendo usadas como plataforma de testes para uma nova tecnologia de drones, mesmo que comestível.
Ainda que a ideia de comer o pacote de entrega faça sentido inicialmente, as primeiras entrevistas sobre o Pouncer falavam de um drone de baixo custo que poderia ser desmontado e as peças retiradas para serem usadas como material para construir abrigos ou mesmo queimadas com segurança e alimentar pequenas fogueiras, auxiliando no preparo de alimentos. Um drone de cenoura compactada e salame é incrível – mas uma proposta mais pé no chão seria bem mais útil.

R$ 158 mi para o desenvolvimento rural sustentável



Seguindo a tradição dos últimos anos, por ocasião de comemorações alusivas ao padroeiro do Ceará, o governo do Estado mantém uma agenda de liberação de R$ 148 milhões para obras de segurança hídrica, projetos produtivos e serviço de assistência técnica que pretendem devem beneficiar 20 mil famílias de 101 municípios. O anúncio será feito neste fim de semana, nas cidades de Itarema, Crateús e Chorozinho.
               Os recursos a serem investidos integram o Projeto São José III, sob a responsabilidade da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Segundo o governo, o valor faz parte do maior volume já liberado para projetos produtivos. Além dos R$ 148 mi, R$ 10 mi serão investidos em projeto de Mapeamento de Solo.
               Os eventos acontecerão, no dia 18, em Itarema, às 8h30, e em Crateús, às 16h. No dia 19, será em Chorozinho, às 8h30. O governador Camilo Santana e o titular da SDA, Dedé Teixeira, vão entregar os Termos de Fomento para os beneficiários na festa de comemoração ao dia do padroeiro do Ceará, São José.
               Finalidades
               Os projetos e planos de negócio já estão em elaboração para melhoramento de áreas, unidade de beneficiamento de castanha de caju, de produção de aves, aquisição de novas variedades de adubação, de máquinas e equipamentos, plantio de novas áreas, construção de casa de farinha, construção de centro de pesca artesanal, de cozinhas comunitárias, de unidades de abate, de processamento de mandioca, de casa de semente crioula, de produção de coco babaçu, de centro de turismo comunitário, de galpão e casa de ovos, investimento em suporte forrageiro, implantação de agroindústria de caju, compra de equipamentos, mini fábrica, furadeira, além de implantação de sistemas de abastecimento d'água, de reúso e assessoria técnica.
               O programa de mapeamento do solo vai contar com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O objetivo do projeto é desenvolver um estudo completo, atendendo, inicialmente, parte do Estado. O trabalho vai apontar a aptidão das terras e subsidiar a elaboração de um zoneamento agrícola com maior precisão e detalhe, identificando a melhor época de plantio e as culturas mais apropriadas.
               A ideia do programa de mapeamento do solo é minimizar distorções e proporcionar condições para impulsionar o desenvolvimento dos beneficiários do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável. Permitirá, para tanto, a redefinição de políticas públicas.
               Projeto São José
               Desde 1996, o Governo do Ceará celebra contratos de empréstimo com o Banco Mundial com foco no eixo de combate à pobreza rural, por meio da estruturação e fortalecimento das associações comunitárias. O projeto São José é caracterizado pela participação descentralizada com a implantação de Conselhos Municipais.
               Entre 1996 e 2000, ocorreu o Projeto São José I, com investimentos comunitários (projetos produtivos de infraestrutura e sociais), tendo como público alvo as pequenas comunidades rurais organizadas. Nesse período, foram financiados 3.056 subprojetos, num total de R$ 130 milhões, beneficiando mais de 189 mil famílias.
               O São José II foi desenvolvido entre 2002 e meados de 2009. Foram financiados 2.887 subprojetos sendo 25 de infraestrutura produtiva, 1.837 de recursos hídricos, 530 de rede elétrica e 10 sociais, beneficiando 167.799 famílias de agricultores no Interior, com um total de R$ 176 milhões aplicados em 177 municípios cearenses.
               Em outubro de 2012, foi assinado um acordo de empréstimo para execução do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS), denominado de Projeto São José III. "Houve mudanças e as novas ações vão contribuir de forma mais efetiva com a melhoria das condições de vida de famílias rurais", observou o governador Camilo Santana.
               Os técnicos que trabalham no Projeto São José III acreditam que as ações principais, aliadas a outras políticas e programas do governo federal em implementação no Estado do Ceará, vão contribuir para o desenvolvimento rural sustentável. A ideia agora é financiar projetos produtivos e de infraestrutura de apoio à produção, bem como ao beneficiamento e à comercialização.
               Suporte
               10
               Milhões de reais dos R$ 158 milhões do São José III serão investidos em mapeamento de solo para auxiliar no processo de planejamento