sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Indústria pede ao governo fim de software brasileiro em TV digital



Fabricantes de aparelhos eletrônicos e operadoras de telefonia pediram ao governo o fim da obrigatoriedade de instalação de um software desenvolvido por pesquisadores brasileiros para televisores e equipamentos usados para transmissão e conversão de sinais de televisão digital.

Uma das principais bandeiras dos governos petistas na época do lançamento da TV digital no país, o software brasileiro, conhecido como Ginga, tem como função viabilizar o acesso dos telespectadores a conteúdos interativos que o sistema digital permite transmitir junto com a programação das emissoras.

Com a troca de governo e a posse do presidente Michel Temer (PMDB), a obrigatoriedade virou alvo das empresas. A Eletros, associação que representa os fabricantes de aparelhos eletrônicos, enviou cartas a ministros de Temer pedindo o fim da exigência.

Desde 2012, todos os televisores saem da fábrica com receptores do sinal de TV digital embutidos e o software da interatividade. O Ginga está instalado em 90% dos aparelhos vendidos desde então.

O projeto, iniciado com o incentivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e executado no governo Dilma Rousseff, era conectar os televisores para que, via Ginga, fosse possível transformá-los em um portal para serviços do governo à população, especialmente os mais pobres.

Seria possível, por exemplo, marcar consultas na rede pública de saúde e procurar empregos com o controle remoto. Mas praticamente não há aplicativos desenvolvidos para o sistema nacional.

Um levantamento recente apresentado ao grupo que estuda o assunto no governo mostrou que há 150 aplicativos exclusivos para o Ginga no Brasil e em outros países da América Latina. No Brasil, são somente dois, criados pelos ministérios da Cultura e do Desenvolvimento Social.

SEM USO

Existem mais de 2 milhões de aplicativos desenvolvidos para rodar em plataformas da Apple e do sistema Android, incluindo serviços populares como o Netflix e o YouTube. A SmartTV, usada por fabricantes asiáticos como a Samsung e a LG, tem 180 mil.

"O consumidor brasileiro paga por uma coisa que não usa", afirmou o presidente da Eletros, Lourival Kiçula. "Hoje, a interatividade na TV acontece via internet. A instalação do Ginga deveria ser opcional para as empresas."

Segundo Kiçula, o software representa R$ 50 no preço final de um aparelho de TV. "Numa TV de 65 polegadas, o preço do Ginga não chega a pesar", disse. "Em televisores menores, faz diferença."

Para as operadoras de telefonia, o problema é o custo dos conversores digitais que eles se comprometeram a fornecer a participantes do Bolsa Família. A doação foi uma compensação acertada em 2014, quando o governo antecipou o processo de desligamento do sinal da TV analógica para liberar frequências usadas pelas emissoras e assim ampliar serviços em redes de telefonia celular 3G.

Até 2018, as teles gastarão cerca de R$ 2,2 bilhões na compra de 12,8 milhões de conversores. Cada um custa cerca de R$ 170, dos quais cerca de R$ 10 ficam com empresas que desenvolvem o Ginga.

As principais fornecedoras do Ginga são a EiTV!, a Mopa e a Totvs. Um dos sócios da Mopa é o professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba, que defende o software nacional desde que o governo iniciou as discussões sobre a TV digital no país.

"Minha participação é pequena, sou investidor", disse Lemos. "Meus alunos são os donos, e não participo da gestão da companhia, mas trabalho pelo setor porque ajudei a desenvolver o Ginga."

Recentemente, ele apresentou ao governo resultados de testes feitos em bairros pobres de João Pessoa (PB) com um aplicativo criado pela Câmara dos Deputados para fornecer informações sobre os parlamentares. "Foi muito bem aceito", disse Lemos.

Fonte: Folha de S. Paulo

Nasa lança sua primeira missão para coletar poeira de asteroide



A agência espacial americana - Nasa - lançou nesta quinta-feira (8) sua primeira
missão para coletar poeira de um asteroide, o tipo de corpo cósmico que pode ter 
entregue à Terra, bilhões de anos atrás, os materiais necessários para o surgimento 
da vida. A nave espacial não tripulada, conhecida como OSIRIS-Rex, partiu ,
da plataforma de lançamento de Cabo Canãveral, na Flórida, às 19h05 local (20h05 
em Brasília) levada por um foguete Atlas V, da sociedade americana United Launch 
Alliance, sob um céu claro e limpo. A missão de US$ 800 milhões viajará pelo 
espaço durante dois anos em direção a Bennu, um asteroide de 492 metros de diâmetro 
e 77,6 milhões de toneladas de massa, que se aproxima da Terra a cada seis anos, a 
uma distância aproximada à que nos separa da Lua. Bennu foi escolhido entre 
os cerca de 500.000 asteroides do sistema solar porque ele orbita perto da rota da 
Terra em torno do Sol, é do tamanho adequado para um estudo científico e é um dos 
asteroides mais antigos conhecidos pela Nasa. "Nos asteroides primitivos e 
ricos em carbono como Bennu, os materiais são preservados há mais de 4,5 bilhões 
de anos", explicou Christina Richey, cientista do programa OSIRIS-Rex. Estes 
"podem ser os precursores da vida na Terra, ou em outro lugar do nosso sistema solar", 
afirmou. A missão coletará poeira e detritos da superfície do asteroide e levará 
o material para a Terra em 2023 para que seja analisado. Uma vez perto do 
asteroide, os instrumentos a bordo da nave permitirão cartografá-lo em 3D, identificar 
os minerais e substâncias químicas da sua superfície e selecionar um lugar para coletar 
as amostras. "O objetivo principal da Osiris-REx é trazer ao menos 60 gramas, 
e até dois quilos, de materiais ricos em carbono, que serão coletados na superfície do 
asteroide Bennu", explica Dante Lauretta, professor de ciência planetária na 
Universidade do Arizona e responsável científico desta missão de 800 milhões de 
dólares, inédita para a Nasa.Recursos preciosos
Será a maior quantidade de material extraterrestre trazida pela agência espacial desde 
o programa Apollo (1969-1972), quando os astronautas americanos trouxeram 362 quilos
de rocha lunar. "Esperamos que estas amostras contenham moléculas 
orgânicas que datem das origens do sistema solar (...) que poderiam dar informações
e pistas essenciais sobre a origem da vida", acrescentou. A missão também 
pretende jogar luz sobre como encontrar recursos preciosos, como água e metais, nos 
asteroides, um campo que tem gerado um interesse crescente em todo o mundo.
"Vamos mapear este mundo totalmente novo que nunca vimos antes", disse
Dante Lauretta, pesquisador principal da OSIRIS-Rex e professor da Universidade do 
Arizona, em Tucson. Usando um conjunto de câmeras, lasers e espectrômetros, 
"vamos entender a distribuição de materiais ao longo de toda a superfície do asteroide", 
acrescentou. A nave deverá chegar a Bennu em agosto de 2018 e passar dois 
anos estudando o asteroide, antes de começar a coletar amostras, em julho 2020.
Outro objetivo da missão é medir como a luz solar pode empurrar asteroides 
enquanto eles orbitam - um fenômeno conhecido como Efeito de Yarkovsky - para que 
os cientistas possam prever melhor os riscos a longo prazo de que asteroides como 
Bennu colidam com a Terra. Este programa dará, ainda, as bases de futuras 
explorações de asteroides e de outros pequenos corpos celestes no sistema solar.

Placas do Mercosul são adiadas novamente no Brasil



A adoção das placas veiculares em padrão único com o Mercosul foi adiada novamente no Brasil, segundo resolução publicada na última quinta-feira (8) no Diário Oficial da União.

O novo ministro das Cidades, Bruno Araújo, orientou que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) reavaliasse "com cautela" a decisão de mudar as placas a partir de de 1º de janeiro de 2017, que era a previsão anterior.

O G1 questinou o Denatran ainda na quinta sobre qual será a nova data para o início da implantação, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.

De acordo com a nova resolução, primeiro o Denatran precisa sinalizar um "ato" que "ateste a implementação no Brasil do sistema de consultas e de intercâmbio de informações sobre aspectos relativos à circulação de veículos nos Estados Partes do Mercosul".

Só a partir deste "ato" começará a contar o prazo de 1 ano para o início da adoção, em cronograma similar ao anterior, primeiramente em veículos novos, transferidos de município ou com troca de categoria.

Ou seja, mesmo que o Denatran sinalize nesta sexta-feira, o que não deve acontecer, a instalação das placas começaria efetivamente só 1 ano depois. Os Detrans poderão se antecipar ao cronograma, com devido aval do Denatran.

Histórico

Apresentada em 2014, a nova placa começaria a ser instalada inicialmente em carros novos, transferidos de município ou com troca de categoria a partir de janeiro de 2016, mas ainda em abril de 2015 o início do processo foi adiado para 1º de janeiro de 2017.

Em maio deste ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou e confirmou o início da adoção para 1º de janeiro de 2017, com prazo final de 2020 para todos os veículos em circulação terem a placa do Mercosul.

O Uruguai foi o primeiro país a começar a implementação do sistema, e os argentinos começaram a emplacar carros novos com o modelo do Mercosul em abril. Paraguai e Venezuela, que completam a organização, afirmaram que também entram ainda neste ano.

Entenda o que mudará com o novo modelo de placas:

1- Mais letras e menos números
Em vez de 3 letras e 4 números, como é hoje, as novas placas terão 4 letras e 3 números, e poderão estar embaralhados, assim como na Europa;

2- Novas cores
A cor do fundo das placas será sempre branca. O que varia, é a cor da fonte. Para veículos de passeio, cor preta, para veículos comerciais, vermelha, carros oficiais, azul, em teste, verde, diplomáticos, dourado e de colecionadores, prateado;

3- Estado e cidade com nome e brasão
O nome do país estará na parte superior da patente, sobre uma barra azul. Nome da cidade e do estado estarão na lateral direita, acompanhados dos respectivos brasões;

4- Tamanho
A placa terá as mesmas medidas das já utilizadas no Brasil (40 cm de comprimento por 13 cm de largura);

5- Contra falsificações
Marcas d´água com o nome do país e do Mercosul estarão grafadas na diagonal ao longo das placas, com o objetivo de dificultar falsificações;

6 - Quem terá que trocar
O modelo não tem mais data definida para ser adotado no Brasil. Segundo o Denatran, o preço será o mesmo das atuais. No Brasil, a placa terá uma tira holográfica do lado esquerdo e um código bidimensional que conterá a identificação do fabricante, a data de fabricação e o número serial da placa. A tira é uma maneira de evitar falsificação da placa.

Fonte: G1