domingo, 28 de junho de 2009

Técnica induz mosquitos da dengue a espalhar veneno contra sua espécie


Teste foi feito por pesquisadores em Iquitos, no Peru.
Mortalidade das larvas chega a 98%, diz estudo.

Controlar o mosquito amplamente responsável por infectar pessoas com o vírus da dengue não é fácil. Isso porque o inseto, o famoso Aedes aegypti, evoluiu em paralelo com os humanos, vivendo nas proximidades e se reproduzindo até mesmo nas menores concentrações de água – água da chuva numa lata jogada, por exemplo, ou o pires embaixo de um vaso de flores.

Com tantos locais possíveis para reprodução, espalhar pesticida pode ser uma atividade meticulosa e cansativa. Porém, Gregor J. Devine, da Rothamsted Research, um instituto especializado em agricultura na Inglaterra, teve uma ideia diferente: por que não deixarmos que os próprios mosquitos façam o trabalho?

Ampliando estudos de laboratório que mostravam a capacidade de os mosquitos adultos apanharem um inseticida e transferi-lo, Gregor e seus colegas conduziram experimentos de campo em Iquitos, no Peru, usando piriproxifeno, um composto capaz de matar larvas sem causar danos a mosquitos adultos (ou a humanos, nas quantidades utilizadas).

Após uma refeição de sangue humano, uma fêmea de A. aegypti gosta de encontrar um local escuro e úmido para descansar enquanto seus ovos se desenvolvem, saindo mais tarde para encontrar água para depositá-los. Devine disse que o trabalho da equipe, descrito na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", se aproveitou dessa rotina.

Ele e sua equipe montaram “estações de disseminação”, compostas por panos úmidos e escuros impregnados com piriproxifeno, em cantos e fendas de túmulos num cemitério. Quando uma fêmea descansava no pano, suas pernas carregavam um pouco do pesticida. Esse, por sua vez, se soltava quando ela pousava numa poça de reprodução. Os pesquisadores descobriram que montar essas estações em 3% dos locais disponíveis no cemitério resultava numa cobertura de quase todos os habitats de reprodução da área imediata, numa mortalidade de até 98% das larvas de mosquito.

fonte: site g1.

Lula vê censura em projeto de lei que endurece penas a crimes cibernéticos


Projeto prevê até prisão de quem baixar arquivos sem autorização do titular.
Presidente participou nesta sexta do Fórum Internacional de Software Livre.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de censura o projeto de lei de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que endurece as penas para crimes cometidos na internet, durante participação no 10º Fórum Internacional de Software Livre (Fisl), em Porto Alegre, nesta sexta-feira (26).

“Essa lei que está aí não visa corrigir abuso de internet. Na verdade, quer fazer censura. Precisamos responsabilizar as pessoas que trabalham com internet, mas não proibir ou condenar. É interesse policialesco fazer uma lei que permite que as pessoas adentrem a casa de outras para saber o que estão fazendo, até seqüestrando os computadores. Não é possível”, disse Lula, após ouvir apelos da platéia para vetar a lei, segundo reportagem da "Agência Brasil".

O projeto, que ainda tramita no Congresso Nacional, prevê que quem obtiver ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado sem autorização do legítimo titular, poderá ser preso. Para professores de comunicação e organizações ligadas à internet, atividades corriqueiras no mundo virtual, como baixar uma música ou um filme, poderão ser interpretadas como crime.

Em ocasiões anteriores, Azeredo alegou que o objetivo não é controlar o uso da internet, e sim punir crimes cibernérticos, como cópia de cartões de crédito e senhas. O texto obriga ainda que os provedores on-line guardem, por três anos, os registros de acesso e encaminhem esses dados à Justiça, quando solicitados para investigação. Com essas informações, a ideia é chegar ao endereço de um criminoso.

Lula recomendou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, mudanças no Código Civil para contemplar o assunto de forma a responsabilizar as pessoas que trabalham com a questão digital e com a internet. Mas disse que não se deve "proibir ou condenar os internautas porque esse é um interesse policialesco de fazer uma lei que permita com que as pessoas adentrem à casa de outras para saber o que elas estão fazendo", acrescentou Lula aos participantes do Fisl, que consideram que a lei fere a privacidade dos usuários da internet ao prever formas de identificá-los, segundo a Agência Estado.

fonte: site g1.