quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tentativa de assalto a um carro-forte em Icó



Quadrilha atacou o veículo na BR-116 e usou armas de grosso calibre na hora da abordagem. Seguranças se renderam


 
A tentativa de assalto a um carro-forte mobilizou a Polícia na Região do Vale do Jaguaribe, na tarde de ontem. Uma quadrilha usou metralhadoras, dinamite e fuzis para atacar o blindado da empresa de segurança Corpvs, de placas KJX-9398 (PE), no quilômetro 340 da BR-116, na localidade de Posto Catavento, entre os Municípios de Icó e Jaguaribe. Cerca de 100 tiros foram disparados contra o veículo, segundo as autoridades.

O ataque ocorreu por volta de 15 horas, quando o carro-forte trafegava entre as duas cidades e retornava para Iguatu. No veículo não havia dinheiro algum. O blindado havia sido deslocado de Iguatu até Jaguaribe somente para fazer o transporte de malotes com dinheiro entre as agências da Caixa e do BB naquela mesma cidade.

Tiros

Em entrevista ao Diário do Nordeste, na noite passada, por telefone, o delegado-regional de Polícia Civil de Jaguaribe, Edmar Beserra Granja, informou que o crime ocorreu ainda dentro do Município de Icó. Contudo, todas as unidades policiais daquela região foram mobilizadas para dar apoio à Regional de Icó na caça aos assaltantes.

O carro-forte era ocupado por quatro vigilantes. Durante a seqüência de tiros e a ameaça de explosão de bananas de dinamite, os seguranças preferiram sair do interior do blindado. Dois deles foram colocados no meio da pista de rolamento e espancados.

"Os ladrões queriam saber onde estava o dinheiro e ficaram revoltados quando descobriram que não havia nenhum malote no carro-forte. Os dois vigilantes levaram chutes e coronhadas e, agora, estão internados no hospital de Icó. Os outros dois ficaram no local do assalto", explicou Granja.

Os seguranças Rudicley Dantas Guerra (motorista) e Emerson Oliveira da Costa não foram agredidos fisicamente, mas tiveram armas apontadas em sua direção e narraram para a Polícia como aconteceu a interceptação violenta ao carro-forte na estrada.

Já os colegas deles, Gilson Gonçalves e José Carlos tiveram que ser levados para o hospital de Icó com ferimentos decorrentes das agressões praticadas pelo bando. Depois da tentativa frustrada de roubar os malotes, os criminosos fugiram do local em dois veículos, supostamente uma Pampa, branca, e uma Parati. As buscas mobilizam efetivos policiais de Icó e Jaguaribe, além de reforço enviado à região pelo 1º BPM (Russas).

A quadrilha

Para o delegado regional de Jaguaribe não há dúvidas de que a quadrilha responsável pelo ataque ao carro-forte, na tarde de ontem, foi a mesma que vem praticando uma seqüência de ações criminosas no Jaguaribe há mais de um mês. O bando seria chefiado pelo paulista Pedro Barros Calisto, que, junto com sua amante, Ana Glícia Nogueira, foi resgatado por comparsas quando estava preso na cadeia pública de Jaguaribara. O mesmo grupo foi também o responsável pelos assaltos às agências dos Correios de Icó e Jaguaribe nas últimas semanas.

Também está sendo atribuído à quadrilha o assalto contra agência do Banco do Brasil da cidade de Independência, no último dia 4, por volta de 14h30, quando o prédio foi atacado por bandidos usando fuzis e metralhadoras, que fugiram dali com cerca de R$ 200 mil.

Segundo Granja, durante o resgate dos bandidos, em Jaguaribara, a quadrilha utilizou dois carros, entre eles, um Gol preto, quatro portas, com placas da Paraíba. O mesmo automóvel foi usado no assalto aos Correios de Jaguaribe. Para completar, o automóvel também foi usado no assalto ao BB de Independência. "Na fuga, eles decidiram incendiar o Gol, no distrito de Cruzeta. Logo descobrimos que o carro era o mesmo empregado nas três ações criminosas", afirma o delegado.

Com poucos recursos para realizar uma "caçada" à quadrilha, os efetivos policiais da Região do Vale do Jaguaribe ainda não conseguiram pistas concretas sobre o esconderijo dos assaltantes. "Ele (o chefe do bando) está junto com assaltantes da região, que conhecem bem todas as estradas vicinais que estão sendo usadas como rotas de fuga", explica Edmar Granja.

Reforço

Além de contar com armas de grosso calibre - como fuzis de calibre 5.56 e metralhadoras Ponto 30 - os bandidos sempre agem com muita violência durante os ataques. Da mesma forma que agrediram os dois seguranças na ação de ontem, no assalto aos Correios de Jaguaribe praticaram espancamentos contra uma funcionária, que teve que ser hospitalizada.

Pedro Calisto - que reponde por assaltos em São Paulo - estava preso, com a namorada, em Jaguaribara, por tráfico de cocaína. "Ele trazia a droga de São Paulo para o Vale do Jaguaribe, até que foi preso e sua quadrilha o resgatou. Durante resgate os criminosos portavam as mesmas armas, os fuzis e as metralhadoras", completa. (Colaborou, Richard Lopes, de Icó).