Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Cerâmicas de Shanghai, na China, anunciou recentemente
o desenvolvimento de um papel capaz de resistir a água e fogo sem que o
conteúdo escrito seja danificado. Graças a essas propriedades, o papel
também pode ser lavado como outro tipo de tecido.
Zhu Yingjie, um dos pesquisadores envolvidos na criação do material, disse ao jornal chinês China Daily
que já existem papéis resistentes a fogo ou a água. No entanto, sua
criação é a primeira a ter resistência simultânea aos dois elementos. O
novo papel, de acordo com Yingjie, custa apenas poucos centavos a mais
que o papel tradicional.
Papel de ossos
Para conseguir essa propriedade, os pesquisadores usaram um
material chamado hidroxiapatita, que Yingjie descobriu ao ver um aluno
seu utilizando. A hidroxiapatita, de acordo com o South China Morning Post, é uma forma de cálcio encontrada em ossos e no esmalte de dentes de animais.
"Tradicionalmente, papel é feito de fibras de plantas, que são
facilmente destruídas por líquidos", disse Yingjie ao China Daily.
Misturando fios nanométricos de hidroxiapatita às fibras de plantas
geralmente usadas para fazer papel, os pesquisadores conseguiram mudar
as propriedades do papel. Além de resistir a água e outros líquidos, ele
também aguenta temperaturas de até 200ºC.
Aplicações
Obviamente, a principal aplicação do novo papel é para registros e
documentos muito importantes. Informações gravas nesse suporte têm
chance muito maior de resistir até mesmo a desastres naturais como
incêndios e alagamentos do que informações gravas em papel tradicional.
Por isso, ele seria de grande valia para bibliotecas e cartórios, por
exemplo.
De acordo com o Shanghai Daily, no entanto, ele também pode ser
bastante útil para a publicidade. Anúncios que fiquem em ambientes
externos, como placas publicitárias e "outdoors", teriam vantagens em
usar esse papel. Isso porque eles resistiriam melhor contra chuva e
outras intempéries. Os pesquisadores estão atualmente patenteando a nova
criação e, segundo o Mashable, acreditam que ela deve chegar ao mercado em até três anos.
fonte: olhar digital