terça-feira, 13 de setembro de 2016

Uma nova teoria diz que a lua surgiu de um forte impacto de um corpo na Terra



A lua é uma companheira ambígua no espaço, pois ao mesmo tempo que ilumina nossas noites, ela estraga nossa visão das estrelas. Mas agora, novas medidas feitas de rochas captadas durante o programa Apollo sugerem que a relação entre a lua e a Terra é muito mais selvagem do que imaginávamos.

Um novo estudo publicado na Nature diz que a lua foi formada como resultado de um colisão espacial violenta muito antes do que acreditávamos que isso tinha ocorrido. Desde a década de 70, muitos pesquisadores endossavam uma teoria na qual a lua foi criada de destroços resultantes de um colisão de baixo impacto de um corpo do tamanho de Marte que “raspou” na Terra. Em vez disso, os pesquisadores disseram que novas evidências mostram que o impacto foi mais “como uma marreta atingindo uma melancia.”

A antiga teoria sobre a origem da lua — que dizia que ela foi formada de restos de uma leve colisão — simplesmente explica o tamanho da lua e sua posição de órbita. No entanto, um teste em algumas das pedras lunares da missão Apollo revelaram algo estranho que esta teoria não dá conta de explicar.

“Nós ainda estamos medindo novamente as amostras coletadas pelo programa Apollo na década de 70, pois a tecnologia se desenvolveu bastante nos últimos anos. Nós podemos avaliar diferenças muito pequenas entre a Terra e a lua, então nós encontramos uma série de coisas que não vimos na década de 70”, disse Kun Wang, que é professor assistente da Washington University e um dos autores do estudo, ao Gizmodo. “Os modelos antigos simplesmente não conseguem explicar as novas observações.”

Se a teoria de quatro décadas atrás estivesse correta, então os pesquisadores constatariam que mais da metade do material lunar encontrado veio do corpo do tamanho de Marte que raspou pela Terra para formar a lua. Os pesquisadores, no entanto, não acharam esse tipo de material. Em vez disso, análises químicas nas amostras mostraram compostos isotópicos que eram praticamente idênticos.

Eles começaram a fazer uma série de testes avançados para tentar observar quaisquer diferenças nas assinaturas de isótopo. Eles finalmente acharam uma — mas que sugerem que as origens das amostras são ainda mais fortemente conectadas do que esperávamos.

As assinaturas de isótopo eram as mesmas, exceto por um com alta concentração de potássio das amostras lunares que requereriam altíssimas temperaturas para serem separadas. Uma colisão violenta entre a Terra e esse corpo do tamanho de Marte poderia ter causado esta temperatura incrivelmente alta. Neste modelo, as temperaturas foram tão altas e a força tão poderosa que o corpo e uma grande parte da Terra acabou sendo vaporizada com o contato. O vapor então se expandiu em uma área 500 vezes maior que a Terra antes de finalmente esfriar e se condensar na lua.

Nós precisaríamos de um impacto muito maior para formar a lua, segundo nosso estudo”, explicou Wang. “O impacto gigante por si deveria ser chamado de impacto extremamente gigante. A quantidade de energia necessária não é nem próxima [da que imaginávamos]”.

Estes novos dados não mudam nosso concepção de como a lua foi formada. Eles apenas sugerem que um sistema solar inicial era muito mais volátil do que nós conhecíamos — e isso pode ser o início do que essas novas análises de amostras lunares podem nos ensinar.

“Tudo o que sabemos sobre o início do sistema solar vem de nosso estudo de amostras lunares e de meteoritos”, afirmou Wang. “Isso mudou nosso entendimento de como era o sistema solar, e parece que ele era muito mais violento do que pensávamos.”

Os pesquisadores continuarão a estudar as amostras coletadas pelo programa Apollo e vão tentar achar mais pistas escondidas nelas. Até agora, eles suspeitam que estas amostras que estão guardadas há décadas poderiam ter mais segredos para revelar.

Fonte: Gizmodo

Ministério anuncia Campanha Nacional de Multivacinação



O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (13), o lançamento da Campanha Nacional de Multivacinação. Além da vacinação contra poliomielite, que ocorre todos os anos, a campanha incluirá, pela primeira vez, todas as vacinas disponíveis pelo SUS para crianças de até 5 anos e para crianças e adolescentes entre 9 e 15 anos incompletos, incluindo a imunização contra HPV para meninas.

Estarão disponíveis 14 vacinas: Hepatite A, VIP, Meningocócica C, rotavírus, HPV, Pneumo 10, febre amarela, varicela, pentavalente, tetraviral, dupla adulto, DTP, tríplice viral, VOP (poliomielite). Essas doses já estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), em qualquer posto. O objetivo principal da campanha é estimular que os pais levem os filhos para por em dia a carteira de vacinação.

Segundo Ana Goretti Kalumi, do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal dos adolescentes no Brasil ainda não é adequada, por isso a campanha incluiu essa faixa etária. “Os adolescentes são um público que, diferentemente das crianças pequenas que são levadas pelas mães às unidades de saúde, são muito resistentes a buscar serviços de saúde”, disse a especialista em coletiva de imprensa.

A campanha começará na próxima segunda-feira (19) e vai até o dia 30 de setembro. O dia de mobilização nacional está marcado para o dia 24 de setembro, um sábado. A vacinação contra pólio ocorre normalmente no mês de agosto. Este ano, porém, ela foi adiada, segundo o Ministério da Saúde, devido à Olimpíada no Rio, que poderia diminuir a adesão.

Contra pólio, devem ser vacinadas crianças entre 6 meses e 5 anos de idade que ainda não tenham completado o esquema vacinal, que consiste em três doses da vacina injetável e mais duas doses de reforço em versão ora, a gotinha.

Este ano, o calendário de vacinações teve mudanças no esquema vacinal contra HPV, pólio, meningite e pneumonia. As alterações foram anunciadas em janeiro.

O vídeo da campanha inclui, além do Zé Gotinha, os personagens da “Carreta Furacão”, trenzinho de Ribeirão Preto-SP que faz sucesso na internet.

Vacinar adolescentes é desafio

Segundo a médica Mônica Levi, presidente da Comissão Técnica para revisão dos calendários vacinais e consensos da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a cobertura vacinal de crianças mais velhas e adolescentes ainda é um desafio a ser superado. “Temos um programa nacional de vacinação de muito sucesso, mas algumas vacinas do adolescente acabam esquecidas”, diz.

Um dos casos de baixa adesão é a vacina contra HPV para meninas, que tem o objetivo de prevenir câncer de colo de útero. Mônica lembra que a vacinação contra HPV teve sucesso na aplicação da primeira dose, mas informações divulgadas erroneamente sobre supostos efeitos colaterais da vacina, que posteriormente foram descartados, prejudicaram a campanha.

Quando entrou no programa nacional de imunizações, a vacina contra HPV chegou a ter 92,3% de adesão, entre 2014 e 2015. Porém, até março deste ano, apenas 69,5% das meninas de 9 a 11 anos tinham tomado a primeira dose da vacina. Quanto à segunda dose, a adesão foi ainda pior: só 43,73% do público-alvo foi atingido.

Fonte: G1