quinta-feira, 22 de setembro de 2016

China confirma que sua estação espacial vai cair na Terra



Após mais de quatro anos no espaço, a primeira estação espacial da China está a caminho da Terra. Porém, seu “pouso” não será nada tranquilo. Segundo a agência de notícias Xinhua, autoridades chinesas revelaram que a estação Tiangong-1 provavelmente vai colidir com a atmosfera do planeta em 2017.

O anúncio confirma o que astronômos especulam há meses: a China perdeu o controle de um dos módulos da estação. Jonathan McDowell, renomado astrofísico de Harvard, disse em entrevista ao The Guardian que o comunicado sugere que a estação espacial chinesa irá adentrar a atmosfera de maneira "natural".

Caso essa suspeita se confirme, será impossível prever onde os destroços da Tiangong-1 irão cair. "Nós, provavelmente, só saberemos quando ela irá cair seis ou sete horas antes de acontecer. Não saber quando irá cair traduz como não saber onde irá pousar", disse o astrofísico.

Wu Ping, vice-diretor do escritório de engenharia espacial da China, disse em conferência que a entrada abrupta da estação na Terra não irá causar problemas. “Com base em nosso cálculo e análise, a maior parte do laboratório espacial irá queimar durante a queda”, afirmou.

Para McDowell, algumas partes, como os motores de foguetes, são tão densas que não irão queimar completamente. "Sobrarão pedaços de 100 quilogramas ou mais", disse ele.

A Tiangong-1, que significa Palácio Celestial em chinês, ainda está orbitando a Terra a uma altitude de 370 km – um pouco abaixo da altitude de 400 km da estação espacial internacional – de acordo com as autoridades do país.

Lançada em setembro de 2011, a estação espacial tem dez metros de comprimento e pesa 8,5 toneladas. Durante sua estadia no espaço, a Tiangong-1 recebeu três naves espaciais: Shenzhou-8 em novembro de 2011, Shenzhou-9 em junho de 2012 e Shenzhou-10 em junho de 2013. As duas últimas missões somadas transportaram seis astronautas chineses.

A estação terminou suas atividades em março de 2016. Desde então, vários astrônomos começaram a suspeitar que a estação estava fora de rumo. O governo chinês nunca tinha emitido, até então, um comunicado sobre o assunto – o que aumentava as incertezas sobre o assunto.

A China lançou recentemente uma nova estação espacial experimental, a Tiangong-2. O país planeja ter uma estação espacial completa até o início da próxima década.

Fonte: Exame

Petrobras diz que não tem prazo ou decisão tomada sobre preço de combustível



A Petrobras não tem prazo, nem decisão tomada, sobre qualquer mudança na precificação de combustíveis, disse nesta quarta-feira (21) o presidente da estatal, Pedro Parente, rebatendo uma reportagem publicada mais cedo que afirmava que a empresa faria uma redução na gasolina até o fim do ano.

"Não há decisão tomada. Nós estamos definindo qual será nossa política (de preços), mas essa política tem sim como base a paridade internacional e que toda empresa tem que ter a sua margem", disse o executivo a repórteres, ao fim de um evento com empresários no Rio de Janeiro para apresentar o Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, anunciado na véspera.

O jornal "O Globo" disse nesta quarta-feira, citando fontes próximas à direção da Petrobras, que a empresa estuda reduzir o preço da gasolina, com chances de ajuste até o fim do ano.

E Parente continuou: "Eu não falei que há uma decisão de reduzir o preço até o fim do ano."
Preço compatível com mercado internacional

No dia anterior, o presidente da Petrobras já havia dito que o novo plano da empresa determina que a política de preços de combustíveis tem como base a paridade com o mercado internacional.

Ou seja, pelo plano de investimentos e gestão, a companhia não pode vender derivados no país abaixo dos valores praticados no exterior.

Atualmente, com a queda dos preços do petróleo, a Petrobras vende internamente derivados com prêmio ante o mercado externo, uma vez que não foram feitos ajustes para baixo desde que a commodity declinou acentuadamente, ainda que o câmbio tenha oferecido alguma compensação nessa conta.

A empresa está recuperando receita após vender por vários anos combustíveis abaixo dos preços externos, para não pressionar a inflação, como uma política do governo federal, o sócio majoritário.

Essa política causou seguidas perdas trimestrais bilionárias para a estatal.

Agora, a nova direção da empresa disse que um reajuste será feito quando a companhia achar necessário, ainda que uma queda nos preços na bomba possa ser benéfico para o controle a inflação e para as metas do governo.

Nas avaliações da Petrobras para ajustar o preço está também a participação da empresa no mercado brasileiro, uma vez que companhias concorrentes estão aproveitando para importar e vender derivados com ganhos no Brasil.

Preços competitivos

Outro motivo para a Petrobras praticar preços de combustíveis competitivos é a expectativa de atrair parceiros e contribuir com a criação de um mercado interessante para investimentos, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Refino e Gás Natural da petroleira, Jorge Celestino.

A empresa tem, por exemplo, projetos em refino à espera de investidores para serem continuados.

"Se a gente quer ter parceiros, criar um mercado que atrai investimento e negócios. É relevante praticar preços de mercado, preços competitivos, referências internacionais", disse Celestino, no mesmo evento.

Fonte: Reuters

Decisão judicial nos EUA pode ter repercussão no ´gatonet´ do Brasil



Num caso de pirataria com repercussão no Brasil, a Justiça americana condenou a empresa chinesa de tecnologia Gotech a pagar uma indenização de US$ 101 milhões à empresa de TV digital Nagra, do grupo suíço Kudelski.

A decisão foi tomada no último dia 9, em julgamento à revelia, e marca uma "virada decisiva na luta contra a pirataria, particularmente na América Latina, onde as marcas da Gotech são amplamente utilizadas", diz Pascal Métral, vice-presidente de assuntos jurídicos da Nagra.

Ele afirma que a empresa chinesa "está presente no Brasil por meio de muitas marcas populares de FTA [receptores ´free-to-air´, que capturam e decodificam os sinais audiovisuais de TV paga], como Azamerica, Globalsat, Nazabox e FREEi".

A condenação foi por desenvolver e fabricar tecnologias que contornam a propriedade intelectual. O valor da indenização, segundo a Nagra, se refere a meio milhão de infrações individuais, por usuários de "dispositivos e serviços piratas" da Gotech.

A identificação das atividades da empresa chinesa foi feita pela Kudelski Segurança, também do grupo da Nagra. Elas foram rastreadas a partir das instalações da Kudelski na Suíça e no Brasil.

No total, globalmente, a estimativa é que três milhões de usuários estejam conectados aos servidores da Gotech. O esquema afeta "provavelmente", segundo a Nagra, todas as operadoras de TV paga no mundo.

Na análise forense realizada, diz Métral, foi possível identificar "nada menos que 900 mil usuários-fim de pirataria no Brasil". Ele afirma porém que "não há procedimentos judiciais até o momento" no país.

O executivo da Nagra acredita que a decisão judicial "é uma mensagem forte para as organizações piratas", não só da China. "Elas precisam saber que, se operarem pirataria globalmente, como é o caso da Gotech, não existe porto seguro para elas."

Acrescenta que, seguindo a instrução judicial nos Estados Unidos, enviará "notificações a terceiros, no Brasil, para que parem de apoiar as operações da Gotech".

A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) estima que o acesso pirata (também chamado de "gatonet") alcance, no país, o equivalente a cerca de 20% do total de usuários de TV paga. Em julho, segundo a Anatel, a base de assinantes no Brasil estava em 18,9 milhões.

Fonte: Folha de S. Paulo