Moradores e produtores rurais
deste município, na região Centro-Sul do Estado do Ceará, realizaram, ontem pela
manhã, manifestação contra o esvaziamento do reservatório que passou a liberar
16 metros cúbicos por segundo para atender a demanda do Baixo Jaguaribe e da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As águas do Orós chegam ao Açude
Castanhão pelo Rio Jaguaribe.
O protesto reuniu centenas de moradores, a maioria estudantes, e foi o segundo realizado neste ano. Inicialmente, os manifestantes se concentraram na ponte sobre o Rio Jaguaribe e em seguida caminharam por ruas do centro comercial e foram até a válvula dispersora, conduzindo faixas e cartazes ao som de apitos e gritos de ordem.
Redução
O nível do açude cai 4cm a cada 24 horas. A liberação representa o volume de cinco carros-pipa a cada dois segundos. A redução de água no reservatório preocupa os moradores. O radialista Narcélio Cavalcante chamava a atenção de lojistas, comerciários e moradores que não participaram do ato, mostrando a importância do que denominou de "grito pela vida e pela água em favor do povo de Orós".
"Secaram o Banabuiú, o Castanhão e outros açudes para atender a demanda da região de Fortaleza, projetos de irrigação e agora estão esvaziando o Orós", lamentou o professor de Filosofia José Carlos Custódio. "Isso que estão fazendo é uma irresponsabilidade da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos)", acusou.
Fechamento
Os manifestantes afirmaram que até o fim deste mês deve ocorrer novo protesto, que pode resultar no fechamento da válvula dispersora. Um abaixoassinado será encaminhado ao governador Camilo Santana nos próximos dias.
Os moradores destacaram que não são contrários à liberação de água para atender a demanda dos moradores da RMF, mas questionam o fato de que nenhuma contrapartida ou medida compensatória foi anunciada pelo governo do Estado para o município de Orós.
Preocupação
"Estamos preocupados porque mais uma vez estão secando o Orós. A população local e os produtores vão sofrer, enfrentar prejuízo, sem compensação. Dezenas de localidades ribeirinhas vão ficar sem água", disse o integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, morador da localidade de Barrocas, nas margens do Açude Orós, a água já está distante cerca de 300 metros da vila. "Em breve não teremos mais com retirar água do açude e a comunidade vai enfrentar sede", disse.
"A saída seria a perfuração de poço, mas a água é salgada, e o governo não anunciou nem o poço, nem a instalação de dessalinizador", acrescentou.
Além da cidade, as águas do açude Orós atendem a demanda de criadores e agricultores no entorno da barragem, abastecimento de dezenas de localidades rurais, reabastecimento do Açude Lima Campos e da cidade de Icó, além do Baixo Jaguaribe e da demanda da RMF, por meio do Açude Castanhão. "A prioridade deveria ser o uso da água para consumo humano, mas ainda estão brigando por água para irrigação e criatórios de peixe e camarão no Baixo Jaguaribe", protestou Landim.
Vazão
De acordo com o portal hidrológico da Cogerh, o Açude Orós atualmente acumula 17,9% de sua capacidade. Até o fim do ano deve chegar a 10%, segundo estimativa do órgão.
Por meio de nota, a Cogerh informou que "o Açude Orós, historicamente, contribui para a segurança hídrica do Vale do Jaguaribe e complementarmente para Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Esta contribuição foi aliviada com a construção do Açude Castanhão, que desde 2004 tem sido responsável pelo atendimento do Médio e do Baixo Vale do Jaguaribe, além da complementação da RMF. Deste modo, o Orós tem passado a atender somente as demandas locais, limitadas à montante do Castanhão, o que possibilitou que o mesmo pudesse manter expressiva reserva hídrica estratégica para todo Vale do Jaguaribe e da RMF".
Ainda segundo a Cogerh, chegando, em janeiro com 10%, o Orós é capaz de seguir contribuindo com as regiões do Baixo e do Médio Vale do Jaguaribe bem como, complementarmente, com a RMF sem comprometer seus atendimentos locais.
A Cogerh frisou também que a operação aprovada pelos Comitês dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, no segundo semestre de 2016, a partir de setembro, até o dia 31 de janeiro de 2017 ,ficaria 16 m³/s. Entretanto, a válvula só foi aberta no dia 11 de novembro para liberação de 16 m³/s. Em setembro, a média foi 8,2 m³/s e em outubro, foi 10,5 m³. "Todas as decisões são transparentes e foram discutidas em audiências públicas em Orós e Quixelô. Também houve duas reuniões com os Comitês de Bacias do Jaguaribe e reuniões mensais de acompanhamento da operação", finalizou a nota da Cogerh.
Fonte: Diário do Nordeste
O protesto reuniu centenas de moradores, a maioria estudantes, e foi o segundo realizado neste ano. Inicialmente, os manifestantes se concentraram na ponte sobre o Rio Jaguaribe e em seguida caminharam por ruas do centro comercial e foram até a válvula dispersora, conduzindo faixas e cartazes ao som de apitos e gritos de ordem.
Redução
O nível do açude cai 4cm a cada 24 horas. A liberação representa o volume de cinco carros-pipa a cada dois segundos. A redução de água no reservatório preocupa os moradores. O radialista Narcélio Cavalcante chamava a atenção de lojistas, comerciários e moradores que não participaram do ato, mostrando a importância do que denominou de "grito pela vida e pela água em favor do povo de Orós".
"Secaram o Banabuiú, o Castanhão e outros açudes para atender a demanda da região de Fortaleza, projetos de irrigação e agora estão esvaziando o Orós", lamentou o professor de Filosofia José Carlos Custódio. "Isso que estão fazendo é uma irresponsabilidade da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos)", acusou.
Fechamento
Os manifestantes afirmaram que até o fim deste mês deve ocorrer novo protesto, que pode resultar no fechamento da válvula dispersora. Um abaixoassinado será encaminhado ao governador Camilo Santana nos próximos dias.
Os moradores destacaram que não são contrários à liberação de água para atender a demanda dos moradores da RMF, mas questionam o fato de que nenhuma contrapartida ou medida compensatória foi anunciada pelo governo do Estado para o município de Orós.
Preocupação
"Estamos preocupados porque mais uma vez estão secando o Orós. A população local e os produtores vão sofrer, enfrentar prejuízo, sem compensação. Dezenas de localidades ribeirinhas vão ficar sem água", disse o integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, morador da localidade de Barrocas, nas margens do Açude Orós, a água já está distante cerca de 300 metros da vila. "Em breve não teremos mais com retirar água do açude e a comunidade vai enfrentar sede", disse.
"A saída seria a perfuração de poço, mas a água é salgada, e o governo não anunciou nem o poço, nem a instalação de dessalinizador", acrescentou.
Além da cidade, as águas do açude Orós atendem a demanda de criadores e agricultores no entorno da barragem, abastecimento de dezenas de localidades rurais, reabastecimento do Açude Lima Campos e da cidade de Icó, além do Baixo Jaguaribe e da demanda da RMF, por meio do Açude Castanhão. "A prioridade deveria ser o uso da água para consumo humano, mas ainda estão brigando por água para irrigação e criatórios de peixe e camarão no Baixo Jaguaribe", protestou Landim.
Vazão
De acordo com o portal hidrológico da Cogerh, o Açude Orós atualmente acumula 17,9% de sua capacidade. Até o fim do ano deve chegar a 10%, segundo estimativa do órgão.
Por meio de nota, a Cogerh informou que "o Açude Orós, historicamente, contribui para a segurança hídrica do Vale do Jaguaribe e complementarmente para Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Esta contribuição foi aliviada com a construção do Açude Castanhão, que desde 2004 tem sido responsável pelo atendimento do Médio e do Baixo Vale do Jaguaribe, além da complementação da RMF. Deste modo, o Orós tem passado a atender somente as demandas locais, limitadas à montante do Castanhão, o que possibilitou que o mesmo pudesse manter expressiva reserva hídrica estratégica para todo Vale do Jaguaribe e da RMF".
Ainda segundo a Cogerh, chegando, em janeiro com 10%, o Orós é capaz de seguir contribuindo com as regiões do Baixo e do Médio Vale do Jaguaribe bem como, complementarmente, com a RMF sem comprometer seus atendimentos locais.
A Cogerh frisou também que a operação aprovada pelos Comitês dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, no segundo semestre de 2016, a partir de setembro, até o dia 31 de janeiro de 2017 ,ficaria 16 m³/s. Entretanto, a válvula só foi aberta no dia 11 de novembro para liberação de 16 m³/s. Em setembro, a média foi 8,2 m³/s e em outubro, foi 10,5 m³. "Todas as decisões são transparentes e foram discutidas em audiências públicas em Orós e Quixelô. Também houve duas reuniões com os Comitês de Bacias do Jaguaribe e reuniões mensais de acompanhamento da operação", finalizou a nota da Cogerh.
Fonte: Diário do Nordeste
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