Há quase um ano morreram 3 mil toneladas de peixe no Açude Castanhão. Um novo episódio desta vez dizimou a produção da tilápia no reservatório. Mortandades vêm sendo registradas desde o fim de maio e hoje atinge quase 100% dos criadores. O baixo volume do reservatório, a má qualidade da água e manobras de abertura e fechamento de válvulas são, segundo os piscicultores, fatores que inviabilizam a continuidade da atividade.
"Peixe agora só quando o açude tiver uma recarga". É essa a única certeza dos piscicultores que atuam na criação de tanques-rede no Castanhão. A constatação é do presidente da Associação dos Criadores de Tilápia do Açude Castanhão (Acritica), Edivando Feitosa, que ainda contabiliza os prejuízos da mortandade. O momento tem sido de buscar ajuda e reunir força de trabalho para a retirada do peixe já em decomposição de dentro d´água. Se isso não for feito o mais rápido possível, os criadores poderão ser penalizados por crime ambiental.
Somente 128 criadores tiveram condições de retornar à atividade depois da mortandade do ano passado. Na época, os piscicultores declararam perdas estimadas em mais de R$ 20 milhões. Para ajudar os piscicultores, foi montada uma força-tarefa, juntamente com Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura do Ceará (Seapa) e prefeituras de Jaguaribara, Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribe, para retirada dos peixes do açude.
O governo do Estado também aprovou, em dezembro, a disponibilidade de recursos no valor de R$ 4 milhões, na forma de alevinos, ração e gaiolas, para aqueles que tinham outorga pudessem retomar a atividade. Porém, poucos conseguiram salvar alguma produção antes desse recente acontecimento.
Com a constante diminuição do espelho d´água, em decorrência da pouca chuva e do alto consumo, alguns empresários vinham retirando gaiolas e migrando para outros açudes, já prevendo a inviabilidade da criação no Castanhão. Segundo afirma o produtor e engenheiro de pesca Daniel Ricarte, atualmente os açudes Orós e Castanhão se tornaram inviáveis para esse tipo de atividade, devido ao volume desses reservatórios estar em nível crítico, bem como pela má qualidade da água. "É um risco muito grande para o produtor. O problema não é só da falta de chuvas, mas também da má gestão dessa água", enfatiza.
Dívidas
No ano passado, a mortandade não atingiu o espelho d´água onde Daniel mantinha suas gaiolas e este ano, antes do mês de março, ele conta que optou por retirar seu material do açude e voltar para região de Caucaia, onde mantém a criação de tilápia em viveiros. Entretanto, quem sobrevive da piscicultura, como moradores do entorno, amargam os prejuízos e a falta de perspectiva, além de acumularem dívidas junto aos bancos.
O presidente da Associação de Piscicultores do Açude Castanhão (Apac), Vicente Caetano, conta que 28 dos 32 piscicultores de Alto Santo, retomaram a atividade e que as perdas foram totais. "Estamos buscando ajuda para retirar o peixe, mas está difícil. Nossa preocupação tem sido essa", conta.
Apenas em Jaguaribara a atividade envolvia cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos e era a principal atividade econômica. Agora, os impactos na renda da população geram apreensão. Até o fechamento desta edição a reportagem não obteve retorno da Cogerh e da Seapa sobre o caso.
Fonte: Diário do Nordeste
"Peixe agora só quando o açude tiver uma recarga". É essa a única certeza dos piscicultores que atuam na criação de tanques-rede no Castanhão. A constatação é do presidente da Associação dos Criadores de Tilápia do Açude Castanhão (Acritica), Edivando Feitosa, que ainda contabiliza os prejuízos da mortandade. O momento tem sido de buscar ajuda e reunir força de trabalho para a retirada do peixe já em decomposição de dentro d´água. Se isso não for feito o mais rápido possível, os criadores poderão ser penalizados por crime ambiental.
Somente 128 criadores tiveram condições de retornar à atividade depois da mortandade do ano passado. Na época, os piscicultores declararam perdas estimadas em mais de R$ 20 milhões. Para ajudar os piscicultores, foi montada uma força-tarefa, juntamente com Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura do Ceará (Seapa) e prefeituras de Jaguaribara, Alto Santo, Jaguaretama e Jaguaribe, para retirada dos peixes do açude.
O governo do Estado também aprovou, em dezembro, a disponibilidade de recursos no valor de R$ 4 milhões, na forma de alevinos, ração e gaiolas, para aqueles que tinham outorga pudessem retomar a atividade. Porém, poucos conseguiram salvar alguma produção antes desse recente acontecimento.
Com a constante diminuição do espelho d´água, em decorrência da pouca chuva e do alto consumo, alguns empresários vinham retirando gaiolas e migrando para outros açudes, já prevendo a inviabilidade da criação no Castanhão. Segundo afirma o produtor e engenheiro de pesca Daniel Ricarte, atualmente os açudes Orós e Castanhão se tornaram inviáveis para esse tipo de atividade, devido ao volume desses reservatórios estar em nível crítico, bem como pela má qualidade da água. "É um risco muito grande para o produtor. O problema não é só da falta de chuvas, mas também da má gestão dessa água", enfatiza.
Dívidas
No ano passado, a mortandade não atingiu o espelho d´água onde Daniel mantinha suas gaiolas e este ano, antes do mês de março, ele conta que optou por retirar seu material do açude e voltar para região de Caucaia, onde mantém a criação de tilápia em viveiros. Entretanto, quem sobrevive da piscicultura, como moradores do entorno, amargam os prejuízos e a falta de perspectiva, além de acumularem dívidas junto aos bancos.
O presidente da Associação de Piscicultores do Açude Castanhão (Apac), Vicente Caetano, conta que 28 dos 32 piscicultores de Alto Santo, retomaram a atividade e que as perdas foram totais. "Estamos buscando ajuda para retirar o peixe, mas está difícil. Nossa preocupação tem sido essa", conta.
Apenas em Jaguaribara a atividade envolvia cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos e era a principal atividade econômica. Agora, os impactos na renda da população geram apreensão. Até o fechamento desta edição a reportagem não obteve retorno da Cogerh e da Seapa sobre o caso.
Fonte: Diário do Nordeste
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