Continua
preocupante a situação do maior reservatório que abastece a população cearense.
Mesmo com as últimas chuvas registradas, a capacidade hídrica do Castanhão não
chega a 5%.
Esse
é um dos vários efeitos da crise hídrica que o Ceará vem atravessando. Diante
dos riscos de um racionamento, a Tribuna BandNews FM exibe, desde dezembro do
ano passado, uma série de reportagens sobre o alto consumo de água das usinas
termelétricas do Complexo Portuário do Pecém, na Região Metropolitana.
As
térmicas têm autorização para captar até 70 milhões de litros de água por dia
do Castanhão, o que daria para abastecer uma cidade de 600 mil habitantes, ou
seja, três vezes a população de Maracanaú. Atualmente, o reservatório está com
pouco mais de 332 milhões de litros de água.
Além
do Ceará, as termelétricas também causam impactos em estados vizinhos, como Rio
Grande do Norte e Pernambuco. Assim como o Ceará, o estado que fica ao lado,
Rio Grande do Norte, também enfrenta uma seca prolongada há cinco anos
seguidos, com 14 dos 167 municípios em colapso hídrico.
O
maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, está apenas
com 14% da sua capacidade total e deve entrar em volume morto até junho, de
acordo com as autoridades potiguares.
Até
aí, Ceará e Rio Grande do Norte vivenciam dramas semelhantes. Mas ao observar o
funcionamento das termelétricas em cada estado, o cenário muda. Das três usinas
que operam desde 2009 no Rio Grande do Norte, apenas uma capta água para gerar
energia: a Termoaçu.
Nesse
empreendimento, a água utilizada vem do rio Piranhas-Açu, que faz parte do
maior reservatório do estado e serve para o abastecimento humano e a produção
industrial da região.
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