segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Termelétrica do Pecém consome 70 milhões de litros de água por dia do Castanhão



Continua preocupante a situação do maior reservatório que abastece a população cearense. Mesmo com as últimas chuvas registradas, a capacidade hídrica do Castanhão não chega a 5%.
Esse é um dos vários efeitos da crise hídrica que o Ceará vem atravessando. Diante dos riscos de um racionamento, a Tribuna BandNews FM exibe, desde dezembro do ano passado, uma série de reportagens sobre o alto consumo de água das usinas termelétricas do Complexo Portuário do Pecém, na Região Metropolitana.
As térmicas têm autorização para captar até 70 milhões de litros de água por dia do Castanhão, o que daria para abastecer uma cidade de 600 mil habitantes, ou seja, três vezes a população de Maracanaú. Atualmente, o reservatório está com pouco mais de 332 milhões de litros de água.
Além do Ceará, as termelétricas também causam impactos em estados vizinhos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco. Assim como o Ceará, o estado que fica ao lado, Rio Grande do Norte, também enfrenta uma seca prolongada há cinco anos seguidos, com 14 dos 167 municípios em colapso hídrico.
O maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, está apenas com 14% da sua capacidade total e deve entrar em volume morto até junho, de acordo com as autoridades potiguares.
Até aí, Ceará e Rio Grande do Norte vivenciam dramas semelhantes. Mas ao observar o funcionamento das termelétricas em cada estado, o cenário muda. Das três usinas que operam desde 2009 no Rio Grande do Norte, apenas uma capta água para gerar energia: a Termoaçu.
Nesse empreendimento, a água utilizada vem do rio Piranhas-Açu, que faz parte do maior reservatório do estado e serve para o abastecimento humano e a produção industrial da região.

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