quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Pesquisadores se reúnem em seminário e querem nova política sobre seca



O Semiárido brasileiro vem atravessando, desde 2010, uma das secas mais severas de que se tem notícia. Apesar da secular experiência brasileira de políticas públicas para o enfrentamento das secas do Nordeste, os impactos econômicos, sociais e ambientais ainda são percebidos. Além de queda na produção agropecuária e de impactos negativos em outras atividades econômicas, há uma séria crise no abastecimento de água, com muitos reservatórios secos ou em situação crítica.

Mas há muitas lições a aprender que podem contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas na área, inclusive levando em conta cenários futuros de mudanças climáticas. Com o objetivo central de propor as bases para uma nova política de seca, o Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro, em Fortaleza, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro de 2016, reúne representantes de várias instituições federais, estaduais e internacionais, com a participação direta dos nove estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo.

O presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Eduardo Sávio Martins, lembra que, desde antes da realização da Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18), em 2010, diversas instituições locais, regionais, nacionais e internacionais já vêm trabalhando neste sentido. Ele destaca o monitoramento das secas como um dos pilares desse entendimento e a necessidade da discussão de um novo modelo de desenvolvimento econômico regional.

Assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antonio Rocha Magalhães ressalta dois grandes objetivos do seminário: documentar impactos e políticas das principais instituições e tirar lições para se preparar melhor para o futuro. Em suma, "discutir as bases para uma nova política de seca, que seja permanente, mesmo em anos que não são de seca".

O evento será realizado no Centro Administrativo do Banco do Nordeste, no Passaré, em Fortaleza, e é uma realização do CGEE, organização social supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); e da Funceme. Tem apoio do Banco Mundial (Bird), Banco do Nordeste (BNB), Agência Nacional das Águas (ANA), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério da Integração Nacional (MI).

O Seminário de Avaliação da Seca de 2010-2016 no Semiárido Brasileiro tem objetivo de documentar aspectos climáticos, impactos, respostas e lições para subsidiar futuras estratégias de adaptação aos impactos das secas no contexto de mudanças climáticas e crescente pressão antrópica e contribuir para o aperfeiçoamento da Política Nacional sobre Secas. Uma exposição fotográfica, fruto de duas expedições pelo Interior do Ceará, em 2015 e em 2016, permanecerá no local no evento. As inscrições são gratuitas.

Fonte: Diário do Nordeste

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