sábado, 6 de agosto de 2016

Deputado aponta o mal que oligopólio faz ao DPVAT

Os Correios como ponto de recepção de pedidos de indenização estão em xeque na CPI do DPVAT. Além da deputada Gorete Pereira (PR-CE), o deputado Cabo Sabino (PR-CE) fez duras críticas ao modelo, indo além ao questionar por que as grandes seguradoras, em particular as ligadas a conglomerados financeiros, não põem sua estrutura em prol do atendimento às vítimas de trânsito no País. E, exemplificando, citou nominalmente Bradesco, Itaú, Porto Seguro (associada ao Itaú) e Mapfre (associada ao Banco do Brasil).
“Por que estas empresas não recebem os clientes e passam a fatura para os Correios?”. Este questionamento o parlamentar cearense fez à Susep durante o depoimento na CPI prestado dias atrás pelo então superintendente da autarquia, Roberto Westenberger. A Susep entende que não cabe a ela regular essa questão.
Cabo Sabino também não poupou críticas à permissão dada aos sindicatos dos corretores de seguros (os Sincors) para participar da recepção de documentos de sinistros DPVAT, o que inicialmente confundiu com regulação de sinistro. “Sindicato não tem essa função”, sustentou, questionando o fato dessas entidades sindicais receberem dinheiro da Líder para isso. “Faz-se farra com o dinheiro do povo, gasta-se mais com despesas administrativas do que com [o pagamento de] indenizações. E aí até os sindicatos dos corretores de seguros estão recebendo. Onde está a Susep?”, disparou o parlamentar.
Cabo Sabino chegou a qualificar a Seguradora Líder de “laranja” das grandes seguradoras do mercado de seguros brasileiro. Segundo ele, são empresas que ganham com o DPVAT sem assumir suas responsabilidades. Citou as ações judiciais impetradas contra esse seguro obrigatório, movidas contra a Líder, que é o “saco de pancada”, nunca contra as grandes seguradoras, que permanecem no mercado intocáveis.
“Encontraram uma maneira de criar um consórcio, de nome Líder, que não passa de um ‘laranja’. Enganam seus usuários”, acusou, para em seguia afirmar que as empresas que fazem parte desse consórcio sequer abrem as portas de suas agências para que os usuários DPVAT deem entrada nos pedidos de indenizações. “Ninguém nunca viu uma pessoa dentro de uma agência bancária para dar entrada no seguro. Eles [os bancos] não querem que o pobre vá lá dentro das agências”, denunciou Cabo Sabino. A Susep refutou a acusação de que a Líder é usada como “laranja” das grandes seguradoras.

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