Produtores rurais, piscicultores
e moradores dos municípios de Orós e de Lima Campos permanecem mobilizados para
obter uma contraprestação do governo do Estado em decorrência da decisão da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) de ampliar a liberação de
água do Açude Orós para o Açude Castanhão por meio do Rio Jaguaribe.
Esta semana ocorreu uma reunião ordinária do Comitê da sub-bacia do Alto Jaguaribe, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, nesta cidade, para definir estratégias de mobilização e a elaboração de um documento reivindicatório que será encaminhado à Cogerh e ao governador Camilo Santana.
"Precisamos de compensação, pois haverá perda de produção afetando milhares de agricultores, piscicultores, e a água que restar ficará imprópria para o consumo", frisou um dos integrantes do Comitê da sub-bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim. "Aguardamos uma resposta positiva do governo". Inicialmente, pensa-se em uma compensação financeira a piscicultores e agricultores.
Vazão
A partir de 1º de setembro próximo, o Açude Orós passará a liberar uma vazão contínua de 16 mil litros por segundo para atingir o Açude Castanhão. Esse volume deverá permanecer até janeiro de 2017.
Atualmente, o Orós libera uma vazão média de 11,5m3/s. A operação de transferência de água foi definida durante o XXIII Seminário de Alocação Negociada de Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú.
Reservas
Segundo a Cogerh, o sistema Jaguaribe/Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) será atendido com uma vazão média de 15m³/s pelo Açude Castanhão, atendendo o Eixão das Águas com 9,5m³/s, transferindo 6,50m³/s para a RMF e 5,5m³/s atenderá o Vale Perenizado do Rio Jaguaribe até a passagem de Sucurujuba em Quixeré.
Atualmente, o Açude Orós está com 31,7% de sua capacidade e o Açude Castanhão com 7,4%, de acordo com dados de monitoramento da Cogerh. O agravamento de cinco anos seguidos de chuvas abaixo da média, perda das reservas hídricas nos reservatórios e nos sistemas de abastecimento provocam um quadro que vem se agravando no Ceará.
Anteriormente, o governador Camilo Santana já havia dito que o Orós era uma reserva estratégica que seria usado caso houvesse necessidade. Agora, esse tempo chegou. É preciso fortalecer o sistema de abastecimento da RMF.
O Açude Orós atualmente atende localidades dos municípios de Jaguaribe e Solonópole. Deveria também reabastecer o Açude Lima Campos que está com volume médio de 25,5%, mas o nível da água está aquém de um antigo canal (túnel) de transposição. No momento, operários contratados pela Cogerh trabalham no serviço de desobstrução para possibilitar a transferência de água do Orós para o Lima Campos e daí para localidades rurais (Guassussê, Pedregulho) e para a cidade de Icó. Quem está em Icó e outras localidades rurais querem água do Orós para evitar colapso nos sistemas locais de abastecimento. Os produtores do médio e baixo Jaguaribe também esperam a continuidade de projetos de irrigação graças ao Orós. O governo já decidiu levar água desse reservatório para o Castanhão e, consequentemente, para Fortaleza. São múltiplos usos e demandas crescentes.
Déficit
E quem está na cidade de Orós e em comunidades ribeirinhas ao açude quer que a água permaneça para assegurar o abastecimento. Resultado: não dá para atender a todas as necessidades. "Vamos sofrer mais uma vez com água ruim sem condições de consumo", disse Landim, morador da cidade de Orós.
"Os piscicultores não terão condições de continuar com a atividade e haverá perda de renda e desemprego", prevê o presidente da Associação de Piscicultores de Quixelô, Derivaldo Coelho da Silva.
A secretaria de Agricultura de Quixelô, município que tem terras banhadas pelas águas do Orós, Jessilene Josino de Araújo, reafirmou que agricultores e piscicultores fizeram empréstimos bancários e agora com o esvaziamento do Orós ficarão sem condições de produzir. "Sem renda, como poderão pagar os financiamentos bancários e manter a família?", questiona.
Landim avalia que o governo deveria ter adotado medidas anteriores para redução do consumo de água na RMF. "Muitos serão afetados com o esvaziamento do Orós", disse. "O pior é que ainda há uso dessa água em sistemas inadequados como irrigação por inundação de culturas de arroz". Paulo Landim também questionou: "Não teremos água para consumo, mas teremos para irrigação no Vale do Lima Campos e ao longo do Rio Jaguaribe?".
Fonte: Diário do Nordeste
Esta semana ocorreu uma reunião ordinária do Comitê da sub-bacia do Alto Jaguaribe, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, nesta cidade, para definir estratégias de mobilização e a elaboração de um documento reivindicatório que será encaminhado à Cogerh e ao governador Camilo Santana.
"Precisamos de compensação, pois haverá perda de produção afetando milhares de agricultores, piscicultores, e a água que restar ficará imprópria para o consumo", frisou um dos integrantes do Comitê da sub-bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim. "Aguardamos uma resposta positiva do governo". Inicialmente, pensa-se em uma compensação financeira a piscicultores e agricultores.
Vazão
A partir de 1º de setembro próximo, o Açude Orós passará a liberar uma vazão contínua de 16 mil litros por segundo para atingir o Açude Castanhão. Esse volume deverá permanecer até janeiro de 2017.
Atualmente, o Orós libera uma vazão média de 11,5m3/s. A operação de transferência de água foi definida durante o XXIII Seminário de Alocação Negociada de Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú.
Reservas
Segundo a Cogerh, o sistema Jaguaribe/Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) será atendido com uma vazão média de 15m³/s pelo Açude Castanhão, atendendo o Eixão das Águas com 9,5m³/s, transferindo 6,50m³/s para a RMF e 5,5m³/s atenderá o Vale Perenizado do Rio Jaguaribe até a passagem de Sucurujuba em Quixeré.
Atualmente, o Açude Orós está com 31,7% de sua capacidade e o Açude Castanhão com 7,4%, de acordo com dados de monitoramento da Cogerh. O agravamento de cinco anos seguidos de chuvas abaixo da média, perda das reservas hídricas nos reservatórios e nos sistemas de abastecimento provocam um quadro que vem se agravando no Ceará.
Anteriormente, o governador Camilo Santana já havia dito que o Orós era uma reserva estratégica que seria usado caso houvesse necessidade. Agora, esse tempo chegou. É preciso fortalecer o sistema de abastecimento da RMF.
O Açude Orós atualmente atende localidades dos municípios de Jaguaribe e Solonópole. Deveria também reabastecer o Açude Lima Campos que está com volume médio de 25,5%, mas o nível da água está aquém de um antigo canal (túnel) de transposição. No momento, operários contratados pela Cogerh trabalham no serviço de desobstrução para possibilitar a transferência de água do Orós para o Lima Campos e daí para localidades rurais (Guassussê, Pedregulho) e para a cidade de Icó. Quem está em Icó e outras localidades rurais querem água do Orós para evitar colapso nos sistemas locais de abastecimento. Os produtores do médio e baixo Jaguaribe também esperam a continuidade de projetos de irrigação graças ao Orós. O governo já decidiu levar água desse reservatório para o Castanhão e, consequentemente, para Fortaleza. São múltiplos usos e demandas crescentes.
Déficit
E quem está na cidade de Orós e em comunidades ribeirinhas ao açude quer que a água permaneça para assegurar o abastecimento. Resultado: não dá para atender a todas as necessidades. "Vamos sofrer mais uma vez com água ruim sem condições de consumo", disse Landim, morador da cidade de Orós.
"Os piscicultores não terão condições de continuar com a atividade e haverá perda de renda e desemprego", prevê o presidente da Associação de Piscicultores de Quixelô, Derivaldo Coelho da Silva.
A secretaria de Agricultura de Quixelô, município que tem terras banhadas pelas águas do Orós, Jessilene Josino de Araújo, reafirmou que agricultores e piscicultores fizeram empréstimos bancários e agora com o esvaziamento do Orós ficarão sem condições de produzir. "Sem renda, como poderão pagar os financiamentos bancários e manter a família?", questiona.
Landim avalia que o governo deveria ter adotado medidas anteriores para redução do consumo de água na RMF. "Muitos serão afetados com o esvaziamento do Orós", disse. "O pior é que ainda há uso dessa água em sistemas inadequados como irrigação por inundação de culturas de arroz". Paulo Landim também questionou: "Não teremos água para consumo, mas teremos para irrigação no Vale do Lima Campos e ao longo do Rio Jaguaribe?".
Fonte: Diário do Nordeste
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