A Nasa, agência espacial americana, revelou nesta
quarta-feira (22/02) a descoberta de um sistema composto por sete planetas com
tamanho similar ao da Terra, provavelmente capazes de conservar água em estado
líquido em suas superfícies e orbitando em torno de uma única estrela.
O sistema estelar foi localizado por um grupo
internacional de astrônomos, que detalhou a descoberta num estudo publicado
nesta quarta-feira pela revista científica Nature. Os planetas foram
identificados com ajuda do telescópio espacial Spitzer, da Nasa, enviado ao
espaço em 2003.
Os corpos recém-descobertos giram em órbitas planas
e ordenadas ao redor de uma estrela pequena e fria, localizada a cerca de 40
anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. Chamada de Trappist-1, ela brilha
cerca de mil vezes menos que o Sol e tem diâmetro um pouco maior que o de
Júpiter.
Os planetas, por outro lado, têm tamanhos mais
próximos aos da Terra, sendo alguns um pouco menores e outros um pouco maiores.
Os cientistas puderam calcular precisamente o tamanho dos sete planetas com
auxílio do telescópio Spitzer, bem como fazer estimativas da densidade de seis
deles.
Os sete planetas se encontram muito próximos entre
si, revelaram os astrônomos
Zona habitável
Possivelmente rochosos, os sete planetas podem
apresentar água em estado líquido, condição considerada essencial para a
existência de vida. As chances, porém, são maiores em três deles, porque estão
localizados na chamada "zona habitável" – a área em torno da estrela
onde um planeta rochoso é mais propício a conservar água líquida, de acordo com
os cientistas.
Os sete planetas orbitam muito perto da estrela
Trappist-1, numa distância ainda menor que a encontrada entre Mercúrio, o
planeta do Sistema Solar mais próximo do Sol, e o nosso astro.
Segundo os astrônomos, a distância entre os
planetas em si também é muito curta. A partir de um dos astros, seria possível
avistar características geológicas dos mundos vizinhos, que em alguns casos
apareceriam maiores do que a Lua para quem está na superfície da Terra,
exemplificou a Nasa.
"Responder à pergunta 'estamos sozinhos?' é
uma prioridade para a ciência, e encontrar tantos planetas como esses pela
primeira vez na chamada zona habitável é um passo excepcional em direção a esse
objetivo", afirmou Thomas Zurbuchen, da diretoria de missão científica da
Nasa.
Michaël Gillon, pesquisador na Universidade de
Liège e um dos autores do estudo, também celebrou os resultados. "Trata-se
de um sistema planetário surpreendente, não só por termos encontrado tantos
planetas, mas porque são todos assombrosamente similares em tamanho à
Terra", declarou.
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