sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Nasa lança sua primeira missão para coletar poeira de asteroide



A agência espacial americana - Nasa - lançou nesta quinta-feira (8) sua primeira
missão para coletar poeira de um asteroide, o tipo de corpo cósmico que pode ter 
entregue à Terra, bilhões de anos atrás, os materiais necessários para o surgimento 
da vida. A nave espacial não tripulada, conhecida como OSIRIS-Rex, partiu ,
da plataforma de lançamento de Cabo Canãveral, na Flórida, às 19h05 local (20h05 
em Brasília) levada por um foguete Atlas V, da sociedade americana United Launch 
Alliance, sob um céu claro e limpo. A missão de US$ 800 milhões viajará pelo 
espaço durante dois anos em direção a Bennu, um asteroide de 492 metros de diâmetro 
e 77,6 milhões de toneladas de massa, que se aproxima da Terra a cada seis anos, a 
uma distância aproximada à que nos separa da Lua. Bennu foi escolhido entre 
os cerca de 500.000 asteroides do sistema solar porque ele orbita perto da rota da 
Terra em torno do Sol, é do tamanho adequado para um estudo científico e é um dos 
asteroides mais antigos conhecidos pela Nasa. "Nos asteroides primitivos e 
ricos em carbono como Bennu, os materiais são preservados há mais de 4,5 bilhões 
de anos", explicou Christina Richey, cientista do programa OSIRIS-Rex. Estes 
"podem ser os precursores da vida na Terra, ou em outro lugar do nosso sistema solar", 
afirmou. A missão coletará poeira e detritos da superfície do asteroide e levará 
o material para a Terra em 2023 para que seja analisado. Uma vez perto do 
asteroide, os instrumentos a bordo da nave permitirão cartografá-lo em 3D, identificar 
os minerais e substâncias químicas da sua superfície e selecionar um lugar para coletar 
as amostras. "O objetivo principal da Osiris-REx é trazer ao menos 60 gramas, 
e até dois quilos, de materiais ricos em carbono, que serão coletados na superfície do 
asteroide Bennu", explica Dante Lauretta, professor de ciência planetária na 
Universidade do Arizona e responsável científico desta missão de 800 milhões de 
dólares, inédita para a Nasa.Recursos preciosos
Será a maior quantidade de material extraterrestre trazida pela agência espacial desde 
o programa Apollo (1969-1972), quando os astronautas americanos trouxeram 362 quilos
de rocha lunar. "Esperamos que estas amostras contenham moléculas 
orgânicas que datem das origens do sistema solar (...) que poderiam dar informações
e pistas essenciais sobre a origem da vida", acrescentou. A missão também 
pretende jogar luz sobre como encontrar recursos preciosos, como água e metais, nos 
asteroides, um campo que tem gerado um interesse crescente em todo o mundo.
"Vamos mapear este mundo totalmente novo que nunca vimos antes", disse
Dante Lauretta, pesquisador principal da OSIRIS-Rex e professor da Universidade do 
Arizona, em Tucson. Usando um conjunto de câmeras, lasers e espectrômetros, 
"vamos entender a distribuição de materiais ao longo de toda a superfície do asteroide", 
acrescentou. A nave deverá chegar a Bennu em agosto de 2018 e passar dois 
anos estudando o asteroide, antes de começar a coletar amostras, em julho 2020.
Outro objetivo da missão é medir como a luz solar pode empurrar asteroides 
enquanto eles orbitam - um fenômeno conhecido como Efeito de Yarkovsky - para que 
os cientistas possam prever melhor os riscos a longo prazo de que asteroides como 
Bennu colidam com a Terra. Este programa dará, ainda, as bases de futuras 
explorações de asteroides e de outros pequenos corpos celestes no sistema solar.

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