As vitoriosas trajetórias de vida e esportiva do alemão Michael Schumacher, 47 anos, o maior campeão da Fórmula 1, sofreu uma forte guinada em dezembro de 2013. O acidente sofrido pelo ex-piloto enquanto esquiava, em Méribel, nos Alpes Franceses, levou a um coma induzido que durou seis meses e a danos que o deixam, até hoje, inteiramente dependente de equipamentos e de ajuda de outras pessoas para permanecer vivo. A família, liderada pela esposa, Corinna Schumacher, evita vazamentos de informações sobre detalhes sobre a sua saúde, e tem ameaçado com processos judiciais os tabloides que rotineiramente divulgam pioras ou melhorias não confirmadas do seu estado.
“O seu sonho secreto era desaparecer da vida pública algum dia”, disse Sabine Kehm, a agente do corredor. “Por isso, ainda quero proteger os seus desejos e não deixo nada vazar”. Mas algo que cada vez parece mais claro são os altos custos com que a família precisa lidar devido ao longo tratamento e aos cuidados especiais despendidos a Schumi. Durante a carreira, o piloto foi um dos esportistas mais bem sucedidos financeiramente de sua geração. Ele teria sido o segundo atleta mais bem pago de 2004 e, no ano seguinte, a revista Eurobusiness, que era de propriedade do chefão da F1 na época, Bernie Ecclestone, chegou a publicar que Schumacher era a primeira pessoa a se tornar um bilionário praticando esportes.
Mas a estimativa mais aceita é de que o campeão terminou a sua carreira com uma fortuna de € 500 milhões (US$ 780 milhões). Passados dois anos e meio do acidente, esse valor já está se dilapidando. O quarto da mansão de Schumacher, em Gland, próximo do Lago Genebra, na Suíça, precisou se tornar uma unidade médica que exigiu US$ 17 milhões, para replicar o atendimento que recebia no hospital na França. Além disso, semanalmente, há gastos de US$ 150 mil para a manutenção do tratamento, que incluiria a presença de até 15 médicos por dia.
Se a família não tivesse nenhum outro gasto, a fortuna acabaria em pouco menos de 100 anos. Mas há outras contas a pagar, advogados e assistentes. Corinna, então, tem buscado formas de ganhar uma folga financeira. No ano passado, ela vendeu o jato pessoal do marido, por US$ 40 milhões, e a sua casa de férias na Noruega, por US$ 2,7 milhões. Também estaria buscando negociar o chalé em Méribel, onde aconteceu o acidente de 2013. Já o rancho comprado por Schumacher no Texas rende alguns milhões de dólares por ano com o treinamento de cavalos.
Corinna chegou a ser campeã europeia de montaria ao estilo western. Mas uma outra importante fonte de renda estaria secando: a dos patrocínios do marido. Duas empresas romperam os seus contratos menos de um ano depois do acidente, a produtora de água mineral alemã Rosbacher e as marcas de moda Navyboot e Jet Set, do suíço Philippe Gaydoul, que garantiam US$ 7 milhões anuais. Por outro lado, a montadora Mercedes-Benz, marca pela qual Schumacher correu na F1 entre 2010 e 2012, e o banco de investimentos DVAG confirmaram que continuarão apoiando o ex-atleta, até o fim.
As marcas de relógio Audemars Piguet e Hublot também permanecem, mas devem diminuir os valores pagos. Schumi ganhava mais de US$ 10 milhões em patrocínios, mesmo sem competir. A decisão sobre manter o patrocínio num momento como esse envolve muitas variáveis. “Não é fácil para o executivo tomar uma decisão de cortar o apoio”, afirma Marcos Bedendo, professor de branding da pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing. “Ele deve pesar questões financeiras, sobre como utilizar a verba de marketing, as cláusulas do contrato, a relação pessoal dos executivos da empresa com o esportista e o potencial de risco à imagem da empresa.”
A visibilidade do caso na imprensa também conta. “O público olha muito a parte humana da questão, mas a empresa pode perceber que o rompimento não trará grandes repercussões e que as pessoas saberão que ela não teve nenhuma relação com a fatalidade, e então decidir encerrar o contrato”, diz o especialista em marcas. O caso também é muito diferente de outras tragédias do mundo dos esportes, como foi o caso do também piloto Ayrton Senna, que ainda tem a sua imagem ligada à publicidade duas décadas após a sua morte. “Num patrocínio esportivo, a empresa busca trazer atributos para a sua marca”, afirma Eduardo Tomiya, diretor-geral da consultoria Kantar Vermeer. “Talvez o Schumacher seja percebido como alguém que não traz mais associações positivas.”
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Na saúde e na doença
Quem ficou com Schumacher depois do acidente:
Mercedes-Benz
DVAG
Audemars Piguet
Hublot
Quem saiu:
Navyboot
JET Set
Rosbacher
Fonte: ISTOÉ DINHEIRO
“O seu sonho secreto era desaparecer da vida pública algum dia”, disse Sabine Kehm, a agente do corredor. “Por isso, ainda quero proteger os seus desejos e não deixo nada vazar”. Mas algo que cada vez parece mais claro são os altos custos com que a família precisa lidar devido ao longo tratamento e aos cuidados especiais despendidos a Schumi. Durante a carreira, o piloto foi um dos esportistas mais bem sucedidos financeiramente de sua geração. Ele teria sido o segundo atleta mais bem pago de 2004 e, no ano seguinte, a revista Eurobusiness, que era de propriedade do chefão da F1 na época, Bernie Ecclestone, chegou a publicar que Schumacher era a primeira pessoa a se tornar um bilionário praticando esportes.
Mas a estimativa mais aceita é de que o campeão terminou a sua carreira com uma fortuna de € 500 milhões (US$ 780 milhões). Passados dois anos e meio do acidente, esse valor já está se dilapidando. O quarto da mansão de Schumacher, em Gland, próximo do Lago Genebra, na Suíça, precisou se tornar uma unidade médica que exigiu US$ 17 milhões, para replicar o atendimento que recebia no hospital na França. Além disso, semanalmente, há gastos de US$ 150 mil para a manutenção do tratamento, que incluiria a presença de até 15 médicos por dia.
Se a família não tivesse nenhum outro gasto, a fortuna acabaria em pouco menos de 100 anos. Mas há outras contas a pagar, advogados e assistentes. Corinna, então, tem buscado formas de ganhar uma folga financeira. No ano passado, ela vendeu o jato pessoal do marido, por US$ 40 milhões, e a sua casa de férias na Noruega, por US$ 2,7 milhões. Também estaria buscando negociar o chalé em Méribel, onde aconteceu o acidente de 2013. Já o rancho comprado por Schumacher no Texas rende alguns milhões de dólares por ano com o treinamento de cavalos.
Corinna chegou a ser campeã europeia de montaria ao estilo western. Mas uma outra importante fonte de renda estaria secando: a dos patrocínios do marido. Duas empresas romperam os seus contratos menos de um ano depois do acidente, a produtora de água mineral alemã Rosbacher e as marcas de moda Navyboot e Jet Set, do suíço Philippe Gaydoul, que garantiam US$ 7 milhões anuais. Por outro lado, a montadora Mercedes-Benz, marca pela qual Schumacher correu na F1 entre 2010 e 2012, e o banco de investimentos DVAG confirmaram que continuarão apoiando o ex-atleta, até o fim.
As marcas de relógio Audemars Piguet e Hublot também permanecem, mas devem diminuir os valores pagos. Schumi ganhava mais de US$ 10 milhões em patrocínios, mesmo sem competir. A decisão sobre manter o patrocínio num momento como esse envolve muitas variáveis. “Não é fácil para o executivo tomar uma decisão de cortar o apoio”, afirma Marcos Bedendo, professor de branding da pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing. “Ele deve pesar questões financeiras, sobre como utilizar a verba de marketing, as cláusulas do contrato, a relação pessoal dos executivos da empresa com o esportista e o potencial de risco à imagem da empresa.”
A visibilidade do caso na imprensa também conta. “O público olha muito a parte humana da questão, mas a empresa pode perceber que o rompimento não trará grandes repercussões e que as pessoas saberão que ela não teve nenhuma relação com a fatalidade, e então decidir encerrar o contrato”, diz o especialista em marcas. O caso também é muito diferente de outras tragédias do mundo dos esportes, como foi o caso do também piloto Ayrton Senna, que ainda tem a sua imagem ligada à publicidade duas décadas após a sua morte. “Num patrocínio esportivo, a empresa busca trazer atributos para a sua marca”, afirma Eduardo Tomiya, diretor-geral da consultoria Kantar Vermeer. “Talvez o Schumacher seja percebido como alguém que não traz mais associações positivas.”
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Na saúde e na doença
Quem ficou com Schumacher depois do acidente:
Mercedes-Benz
DVAG
Audemars Piguet
Hublot
Quem saiu:
Navyboot
JET Set
Rosbacher
Fonte: ISTOÉ DINHEIRO
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