O empresário australiano
Craig Steven, 45, diz ser o inventor do bitcoin, possivelmente colocando fim a
um mistério que existe desde a criação da moeda virtual, em 2009. Até agora, o
criador do sistema era conhecido pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto.
Em entrevistas às revistas "The Economist" e "GQ" e à rede BBC publicadas nesta segunda-feira (2), Steven assumiu a paternidade da moeda e mostrou algumas provas técnicas da criação. Ele nega querer dinheiro ou fama com a revelação.
"Eu não estou buscando notoriedade, mas quero esclarecer as coisas. As pessoas estão assumindo que [notícias falsas contra ele] são verdadeiras, porque eu não estou dizendo nada. Isso impacta não apenas a mim e o meu trabalho, mas também minha equipe e todo o resto", disse ele à "The Economist", que ainda coloca dúvidas sobre as alegações do empresário.
Em dezembro, Wright foi identificado como Nakamoto em reportagens publicadas pela revista "Wired" e pelo site Gizmodo. Horas depois da publicação dessas reportagens, a casa de Wright em Sydney, e seu escritório, foram revistados pela polícia federal australiana, em conexão com uma investigação do Fisco do país.
COMUNIDADE
Ao contrário das moedas tradicionais, bitcoins não são distribuídos por um banco central ou lastreados por ativos como ouro, mas são "minerados" por computadores que computam fórmulas crescentemente mais complexas (com isso, seriam mais "neutros" que as moedas tradicionais, já que se baseiam apenas em uma lógica matemática).
Um "bitcoin" é, na verdade, um arquivo de computador que tem uma sequência específica de números. Há três maneiras para conseguir bitcoins. A primeira é o "mining" (extração em inglês). Significa baixar e rodar um programa de computador para que ele gere "moedas".
Pode-se também usar dinheiro real para comprá-los ou ser pago por meio deles —algo que um número cada vez maior de estabelecimentos, inclusive no Brasil, faz.
Hoje, um bitcoin vale US$ 446,23, de acordo com a Coinbase. Saber exatamente quem é Nakamoto é significativo para o desenvolvimento futuro do sistema e, potencialmente, para seu preço no mercado.
Qualquer mudança no protocolo da moeda só pode ser implementada por consenso na comunidade, mas o verdadeiro fundador da criptomoeda poderia ter poder de barganha considerável.
Recentemente, tem existido um racha na comunidade por trás da moeda. A disputa surgiu com uma discussão sobre o número de transações por segundo que a rede do bitcoin deve ser capaz de aceitar.
As partes se retratam, pejorativamente, assim: de um lado, populistas que desejam expandir o potencial comercial do bitcoin, e, do outro, elitistas mais preocupados em proteger o status da moeda virtual como desafiante radical às moedas existentes.
A divisão levou a ameaças de morte contra desenvolvedores do bitcoin e a ataques de hackers que derrubaram provedores de acesso à internet.
O australiano poderia ser uma força importante para resolver o impasse. Mas diz que "não quer ser a imagem pública de nada". Afirma também não querer manter sua fortuna em bitcoins, mas deseja gastá-la em pesquisa (e lentamente, para não puxar a cotação para baixo).
Fonte: Folha de S. Paulo
Em entrevistas às revistas "The Economist" e "GQ" e à rede BBC publicadas nesta segunda-feira (2), Steven assumiu a paternidade da moeda e mostrou algumas provas técnicas da criação. Ele nega querer dinheiro ou fama com a revelação.
"Eu não estou buscando notoriedade, mas quero esclarecer as coisas. As pessoas estão assumindo que [notícias falsas contra ele] são verdadeiras, porque eu não estou dizendo nada. Isso impacta não apenas a mim e o meu trabalho, mas também minha equipe e todo o resto", disse ele à "The Economist", que ainda coloca dúvidas sobre as alegações do empresário.
Em dezembro, Wright foi identificado como Nakamoto em reportagens publicadas pela revista "Wired" e pelo site Gizmodo. Horas depois da publicação dessas reportagens, a casa de Wright em Sydney, e seu escritório, foram revistados pela polícia federal australiana, em conexão com uma investigação do Fisco do país.
COMUNIDADE
Ao contrário das moedas tradicionais, bitcoins não são distribuídos por um banco central ou lastreados por ativos como ouro, mas são "minerados" por computadores que computam fórmulas crescentemente mais complexas (com isso, seriam mais "neutros" que as moedas tradicionais, já que se baseiam apenas em uma lógica matemática).
Um "bitcoin" é, na verdade, um arquivo de computador que tem uma sequência específica de números. Há três maneiras para conseguir bitcoins. A primeira é o "mining" (extração em inglês). Significa baixar e rodar um programa de computador para que ele gere "moedas".
Pode-se também usar dinheiro real para comprá-los ou ser pago por meio deles —algo que um número cada vez maior de estabelecimentos, inclusive no Brasil, faz.
Hoje, um bitcoin vale US$ 446,23, de acordo com a Coinbase. Saber exatamente quem é Nakamoto é significativo para o desenvolvimento futuro do sistema e, potencialmente, para seu preço no mercado.
Qualquer mudança no protocolo da moeda só pode ser implementada por consenso na comunidade, mas o verdadeiro fundador da criptomoeda poderia ter poder de barganha considerável.
Recentemente, tem existido um racha na comunidade por trás da moeda. A disputa surgiu com uma discussão sobre o número de transações por segundo que a rede do bitcoin deve ser capaz de aceitar.
As partes se retratam, pejorativamente, assim: de um lado, populistas que desejam expandir o potencial comercial do bitcoin, e, do outro, elitistas mais preocupados em proteger o status da moeda virtual como desafiante radical às moedas existentes.
A divisão levou a ameaças de morte contra desenvolvedores do bitcoin e a ataques de hackers que derrubaram provedores de acesso à internet.
O australiano poderia ser uma força importante para resolver o impasse. Mas diz que "não quer ser a imagem pública de nada". Afirma também não querer manter sua fortuna em bitcoins, mas deseja gastá-la em pesquisa (e lentamente, para não puxar a cotação para baixo).
Fonte: Folha de S. Paulo
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