sexta-feira, 8 de maio de 2009

Icó - CE: Acusado de duplo homicídio em suposto ritual de magia negra é condenado a 31 anos



O comerciante José Erivonaldo de Oliveira foi condenado a 31 anos de reclusão em regime fechado pelo assassinato de dois jovens na madrugada do dia 24 de junho de 2005 no interior de um bar da sua propriedade. Ele vai cumprir pena na Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (Pirc) de Juazeiro do Norte, após aguardar o julgamento recolhido no presídio da Cigana em Caucaia. O Conselho de Sentença reconheceu como homicídios duplamente qualificado e por motivo torpe.

O duplo homicídio causou grande repercussão no Ceará e até hoje não se sabe os verdadeiros motivos que levaram "Novo", como é mais conhecido, a matar os jovens. Ele os havia convidado para trabalhar na noite de São João em seu bar em virtude de uma festa que acontecia na localidade denominada de Oiticicas, no município de Icó. Os estudantes Wandersson Nunes da Silva e Halysson Bruno Moreira Cunha contavam com apenas 15 anos de idade na época em que foram mortos.
Os dois jovens foram esfaqueados durante a madrugada e o dono do bar acendeu velas em derredor dos corpos, colocou limões, copos, garrafas de bebidas e voltou a dormir como se nada tivesse acontecido num suposto ritual de magia negra deixando as facas cravadas nos peitos de cada um. O estabelecimento fica às margens da rodovia que liga Icó ao Distrito de Lima Campos, onde, depois, "Novo" subiu em um pé de oiticicas com um copo de bebida e dizia aos transeuntes que tinha matado duas pessoas.

RITUAL SATÂNICO - Os corpos em meio às velas foram vistos por populares no início da manhã e a polícia terminou sendo acionada constatando que não se tratava de nenhuma brincadeira de "Novo". Wanderson e Halysson residiam no Conjunto Delta em Icó, onde o fato ainda hoje é comentado. Manifestantes estiveram no fórum para clamar por justiça e houve tumulto na hora em que o acusado chegou num camburão da PM sob forte esquema de segurança.
Na época do crime, ele ainda fugiu, mas acabou preso a fim de responder pelo duplo homicídio que ficou conhecido como a "Tragédia das Oiticicas" e visto como ritual satânico. A sessão foi presidida pelo juiz de direito, Luiz Carlos Saraiva Guerra, tendo como representante do Ministério Público o promotor de justiça, Antonio Robson Timbó Sales. Ao final, o anúncio da condenação do réu a 31 anos de reclusão em regime fechado. Na opinião do promotor, os depoimentos de Erivonaldo foram um verdadeiro "samba de criolo doido e sem qualquer sentido". Familiares dos estudantes se emocionaram e choraram no plenário.

fonte: site miseria; fotos: Richard Lopes

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