Com menos de 15% de sua capacidade total, o Açude Lima Campos está reduzindo
diariamente seu volume de água acumulada. O reservatório é a principal fonte de
abastecimento humano do município de Icó. Não tem indícios de passar a crise
hídrica, já que para os meses de novembro e dezembro é de previsão sem chuva.
De acordo com o Portal Hidrológico do Ceará, enquanto o açude Orós, que repassa
cerca de 11 mil litros por segundo para o Castanhão, registrou queda de 24,12%
para 18,70%, entre 1º de janeiro deste ano e esta segunda-feira (31), o Lima Campos
já baixou 1,74 metro e reduziu seu volume em quase metade, saindo de 26,89% para
13,90% na verificação mais recente, realizada no último dia de outubro. A construção
de uma adutora de engate rápido entre Orós e Lima Campos, obra contratada pela
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), foi a esperança para a
garantia da transferência de água entre os reservatórios. Orçada em R$ 353 mil, a
montagem da adutora emergencial para o açude Lima Campos foi concluída, de acordo
com a Cogerh, no dia dois de setembro e após testes foi iniciado o bombeamento no
dia 14 daquele mês, chegando a água no dia 16, com uma vazão estimada média de
400 litros por segundo. A obra visa a garantir o abastecimento humano das comunidades
de Igarói e Guassussê, e do município de Icó, além da manutenção das culturas
permanentes no perímetro Icó/Lima Campos.
Contudo, segundo observado pela comissão que visitou o Açude Orós, o prazo inicial
de 45 dias teria sido extrapolado, causando atraso na chegada da água, além do uso
parcial dos canos destinados à obra, 400 metros de 2 Km propostos, conforme as
informações coletadas. A mais recente mobilização e protesto realizados sobre as
águas do Lima Campos aconteceu no dia 29 de abril deste ano, na parede do açude.
Na ocasião, os manifestantes protestavam contra a entrada de centenas de caminhões
pipa que coletavam água diariamente no reservatório federal, com medo de redução
drástica no volume do espelho d’água.